Marchand disse-se usado e não resistiu à crise do clube
Yves Marchand anunciou hoje que se vai demitir de presidente do Marselha. A saída do dirigente é mais um sinal da crise do clube, que se vem agudizando nas últimas semanas.
Marchand disse que se sentiu usado e acusou de «hipocrisia» os que «pediam demissões, mas se esqueciam de inscrever o seu próprio nome na lista». O presidente demissionário deixou ainda o desejo que a sua saída coincida com melhores resultados desportivos. A equipa, orientada pelo brasileiro Abel Braga, ocupa um medíocre 14º lugar no campeonato francês.
A demissão de Marchand surge um dia depois das notícias que davam conta da intenção do principal accionista do Marselha, Robert Louis-Dreyfus, de contratar o ex-internacional francês Eric Cantona para o cargo de director desportivo. A notícia não foi confirmada pelo clube.
Nascido em Marselha, Cantona poderia vir a substituir Eric di Meco, que em Janeiro deverá deixar o cargo para se dedicar à política. A possível chegada de Cantona ao Marselha tem suscitado diversas reacções.
Alguns não vêem com bons olhos a passagem de jogador a dirigente. «Se ele vier para jogar, tudo bem, mas se for para dirigir, não vale a pena», afirma Lionel Tonini, dirigente da claque Yankees.
As opiniões dividem-se e para o seu ex-treinador no Auxerre, Guy Roux, Cantona é o homem certo para o clube. «Ele tem a competência, a inteligência, a idade e o amor pelo clube necessários para triunfar no Marselha».