"O futuro será elétrico, é a nossa convicção". Vendas do maior fabricante automóvel do mundo duplicam na Europa

CNN , Hanna Ziady
2 mai, 09:00
Trabalhador da VW com o novo Volkswagen ID.3, o principal elétrico de passageiros do fabricante alemão, na sua fábrica em Dresden, em março de 2023. Jens Schlueter/AFP/Getty Images

As encomendas de veículos elétricos da Volkswagen dispararam na Europa no primeiro trimestre de 2024, em comparação com o ano anterior, contrariando a ideia de que os condutores poderão estar a perder o interesse pelos elétricos.

As novas encomendas mais do que duplicaram na Europa, indicou a Volkswagen esta semana, sem no entanto divulgar os números das encomendas para outros mercados.

O salto nas encomendas do maior fabricante de automóveis da Europa surge entre preocupações sobre o abrandamento das vendas de veículos elétricos no continente e à medida que os fabricantes se debatem com margens de lucro reduzidas, espremidas pela crescente concorrência.

"O futuro será elétrico, esta é a nossa convicção", disse o diretor financeiro Arno Antlitz a analistas e jornalistas, reconhecendo, no entanto, que o ritmo de crescimento das vendas de veículos elétricos na Europa e nos Estados Unidos foi mais lento do que o previsto inicialmente pelo construtor alemão.

A venda de veículos elétricos "aumentará trimestre a trimestre, ano após ano, mas não tão rapidamente como esperávamos", reconheceu.

Quanto às entregas da Volkswagen, estas diminuíram 16% na Europa no primeiro trimestre em comparação com o mesmo período de 2023. "As entregas totalmente elétricas na Europa foram afetadas por estrangulamentos de fornecimento", disse um porta-voz da empresa à CNN. "Existe um intervalo de tempo entre a entrada de encomendas e a entrega ao cliente. Os estrangulamentos de fornecimento mencionados afetaram o desempenho das entregas no primeiro trimestre."

Entretanto, na China, o maior mercado da Volkswagen, as entregas de veículos elétricos quase duplicaram, para 41.033 unidades, em relação a um "valor fraco do ano anterior", indicou a empresa.

O campeão da produção alemã está a lutar para defender a sua quota no mercado automóvel chinês - o maior do mundo - onde ficou atrás da Tesla e dos produtores locais de veículos eléctricos, como a BYD.

A Volkswagen considera que os seus planos para reduzir significativamente os custos das baterias e dos materiais lhe permitirão ser competitiva em termos de custos com os rivais chineses até 2026. Tal deverá permitir-lhe reduzir o preço dos seus veículos elétricos na China, onde a concorrência feroz conduziu a intensas guerras de preços.

"Assiste-se a um ambiente de preços muito difícil" na China, observou Antlitz, acrescentando ainda que a Volkswagen irá fazer "compromissos sólidos" entre "preços e volume" no país.

O fabricante alemão prevê lançar quatro novos modelos na China nos próximos três anos, dois dos quais serão elétricos, ao mesmo tempo que reduz o tempo de comercialização de novos produtos e características em 30%.

"Com estas ações e o nosso negócio altamente rentável de automóveis com motor de combustão, estamos bem preparados para continuar a desempenhar um papel de liderança na China", antecipou Antlitz.

De acordo com uma apresentação aos investidores, a Volkswagen pretende manter a sua quota de mercado na China estável em cerca de 15% até ao final da década.

O lucro da empresa caiu 20% para 4,6 mil milhões de euros no primeiro trimestre, prejudicado por vendas mais baixas e custos mais elevados.

"Como esperado, os nossos resultados do primeiro trimestre mostram um início de ano lento. Mas continuamos confiantes em alcançar nossos objetivos financeiros para 2024", garantiu o diretor financeiro.

A Volkswagen espera pagar 900 milhões de euros em custos de indemnização aos trabalhadores este ano, à medida que reduz o tamanho da sua força laboral como parte de um programa de corte de custos de 10 mil milhões de euros para aumentar a eficiência.

 

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