Hernâni Vaz Antunes continua em paradeiro incerto e sem comunicar intenção de se entregar às autoridades

Sandra Felgueiras , (notícia atualizada às 17:00)
15 jul 2023, 13:36

Suspeito do desvio de 250 milhões da Altice está a ser procurado

Hernâni Vaz Antunes continua em paradeiro incerto e sem comunicar qualquer intenção de se entregar voluntariamente às autoridades. É o segundo maior suspeito deste caso de desvio de 250 milhões de euros da Altice, logo a seguir a Armando Pereira. É conhecido por ser o braço direito do multimilionário de Braga em todos os negócios. Foi assim que fez fortuna e comprou diversos carros de alta cilindrada que sempre exibiu pelo norte do país. Um deles, um MClaren Senna, chegou a ser incendiado um dia após o ter comprado. A filha, Jéssica Antunes, foi detida e ouvida este sábado pelo juiz Carlos Alexandre. Também detido, além de Armando Pereira, foi Álvaro Gil Cordeiro, economista, que trabalha com Pereira e Vaz Antunes.

Já este sábado, o advogado de Armando Pereira admitiu que o cofundador da Altice pode passar o fim de semana detido e que as medidas de coação podem só ser conhecidas no início da próxima semana. 

“Sabemos que os trabalhos hoje terminam às 17:00, que domingo não há qualquer diligência e que os trabalhos são retomados na segunda-feira às 09:00. Ficará detido até que sejam lidas as medidas de coação, provavelmente serão lidas na segunda ou terça-feira”, afirmou Pedro Marinho Falcão às televisões à entrada para o Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC).

Pedro Marinho Falcão referiu também que os três detidos, Armando Pereira, Jéssica já foram identificados perante o juiz e que a defesa ainda não decidiu se Armando Pereira vai prestar declarações no interrogatório sobre as suspeitas em torno de negócios da Altice Portugal, que podem ter lesado o Estado e o grupo empresarial em mais de 100 milhões de euros.

“Foram identificados, foi dado prazo para consulta do processo e entregues os factos que são neste momento objeto de imputação para decidirmos se vamos prestar declarações. É uma decisão que a defesa vai tomar depois de analisar o processo e conferenciar com os nossos clientes. Por isso, provavelmente, a seguir ao almoço já saberemos se vamos prestar declarações”, disse, frisando a expectativa do cofundador da Altice de “que a justiça seja feita”.

De acordo com o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) do Ministério Público (MP), a operação desencadeada esta quinta-feira, que levou à detenção do cofundador da Altice Armando Pereira e de outras duas pessoas, contou com cerca de 90 buscas domiciliárias e não domiciliárias, entre as quais instalações de empresas e escritórios de advogados em vários pontos do país.

Entretanto, o advogado de Hernâni Vaz Antunes emitiu um comunicado no qual garante já ter informado o tribunal de que o empresário está disponível para ser ouvido pelas autoridades e rejeitou, através da sua defesa, que esteja “em fuga ou em parte incerta”.

Em momento algum é referido no respetivo comunicado onde se encontra Hernâni Vaz Antunes, pai da detida que está a ser ouvida esta tarde pelo juiz Carlos Alexandre.

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