Quase 50 portugueses saíram da Ucrânia e serão repatriados

Agência Lusa , WL
26 fev 2022, 12:49
Augusto Santos Silva

Cidadãos portugueses que estavam em território ucraniano encontram-se agora na Roménia e na Moldávia. Outros 40 continuam na Ucrânia

Cerca de 50 portugueses saíram da Ucrânia nas últimas horas nas missões organizadas pela embaixada portuguesa em Kiev e serão repatriados nas próximas horas, disse este sábado à Lusa o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.

"Esta meia centena de pessoas, exatamente são 48, já saíram, já estão fora do território ucraniano e concentrar-se-ão na Roménia", afirmou o ministro à Lusa, precisando que 35 já estão em território romeno e 13 na Moldávia, dado que foram organizadas duas viagens separadas.

Segundo Augusto Santos Silva, "a partir do momento em que estejam concentrados e formem um único grupo", na Roménia, será assegurado "o repatriamento por via aérea".

O ministro esclareceu ainda que as operações de saída de portugueses estão a contar com o apoio de militares lusos "desarmados", que reforçaram a comitiva da embaixada em Kiev.

"São operacionais habituados a estas operações, como eles dizem, de 'exfiltração', portanto de retirar pessoas", não devendo este auxílio ser tomado como "qualquer ação militar que esteja em curso".

40 ainda na Ucrânia

Augusto Santos Silva adiantou que há 40 portugueses ainda na Ucrânia que querem sair do país, dos quais 15 já pediram ajuda às autoridades portuguesas.

"Nós temos a indicação de que cerca de 40 querem sair, e desses, dezena e meia pediram-nos apoio para essa saída, e nós estamos a organizar esse apoio", disse à Lusa.

"A maior parte deles, à data de ontem [sexta-feira], continuam a dizer que pretendem ficar na Ucrânia, visto que [também] são cidadãos ucranianos", e dada lei marcial do país, que proíbe a saída de homens entre os 18 e os 60 anos, poderão ser chamados a combater.

Em relação aos 15 que pediram ajuda à embaixada portuguesa em Kiev, Augusto Santos Silva disse que para organização da saída, Portugal está a "a trabalhar com países amigos que ainda têm embaixada aberta em Kiev", tal como Portugal, e "no âmbito da União Europeia".

Apoio em Varsóvia

O ministro declarou que as pessoas que querem sair da Ucrânia "devem acompanhar ao minuto as indicações de segurança que vão sendo atualizadas no portal das comunidades e na página da embaixada portuguesa em Kiev".

Relativamente aos cidadãos que, individualmente, se dirijam para a fronteira ucraniana com a Polónia, Augusto Santos Silva também pediu que "nunca percam o contacto" com as autoridades portguesas e que respondam aos emails e telefonemas.

"A embaixada de Portugal em Varsóvia apoiará esses nossos concidadãos uma vez que estejam em território polaco, e portanto devem também contactar a embaixada em Varsóvia logo que se se encontrem em território polaco, ou então contactar para Lisboa que nós fazemos a distribuição", referiu.

Conselhos para quem quer sair

Num aviso publicado no 'site' da embaixada portuguesa em Kiev, datado de sexta-feira, é recomendado que os portugueses "saiam da Ucrânia com a maior brevidade possível através das fronteiras terrestres com a União Europeia e que o façam preferencialmente na direção da Roménia ou da Moldova".

O ministério recomenda que a passagem seja feita nos pontos de fronteira Ucrânia- Roménia e Moldova-Roménia em Halmeu/Sighetul Marmatiei, Siret, Isaccea.

Também são referidos os pontos de passagem entre a Moldova e a Roménia, abertos 24 horas: Stânca, Iasi, Sculeni, Albita, Galati, existindo ainda um posto aberto até às 20 horas “Radauti Prut” (nordeste da Roménia).

Quanto à passagem pela Polónia, as autoridades portuguesas recomendam o ocesso por estrada até à fronteira, sendo "a estrada mais rápida e de melhor qualidade que conduz ao posto fronteiriço Yahodyn (Ucrânia) - Dorohusk (Polônia) e Krakivets (Ucrânia) - Korczowa (Polônia)".

Outros trajetos recomendados para a Polónia são a estrada que conduz ao posto fronteiriço Dorohusk (Polónia) – Yanodyn (Ucrânia) e a estrada que atravessa a fronteira Zosin (Polónia) – Ustyluh (Ucrânia).

As autoridades portuguesas também fazem referência aos postos fronteiriços rodoviários Dolhobyczów (Polónia) – Uhryniv (Ucrânia), ao Hrebenne (Polónia) – Rava-ruska (Ucrânia), ao Budomierz (Polónia) – Hruszew (Ucrânia) e Korczowa (Polónia) – Krakivets (Ucrânia)(rota do Sul).

Há ainda a "estrada que atravessa a Medyka (Polónia) – Shehyni (Ucrânia)", cuja "passagem da fronteira para peões funciona 24horas por dia, sete dias por semana".

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