F.C. Porto-Académica, 4-1 (destaques)

2 dez 2002, 23:45

Deco a tempo de ser fatal Estava a demorar, mas Deco apareceu mesmo. Para resolver. Pedro Roma fez defesas de espantar e não merecia sofrer quateo golos.

Deco, ainda a tempo de ser decisivo

Empunhou, logo desde bem cedo, a bandeira do inconformismo portista. Lutou, procurou a bola e nunca desistiu. Percebeu que as coisas não estariam a sair-lhe como em outras ocasiões, mas não deixou abater-se. Se não se consegue fulminar os adversários com o talento, há que o tentar com o trabalho. Os frutos desta postura, alcançou-os na etapa complementar, quando, aí sim, espalhou todo o seu perfume, fez o golo decisivo, num livre mais uma vez superiormente marcado, sofreu a falta para a última grande penalidade e ainda pintou a cores vivas, como quase sempre faz, todo o esplendor do futebol azul e branco, aqui com um finta deliciosa, ali com uma abertura genial.

Pedro Roma, uma noite que não merecia

Os caminhos da partida, imaginava-se, iriam praticamente todos dar ao mesmo, a Roma. Pedro, porém, não se atemorizou. Nem quando os estudantes se adiantaram na frente do marcador, logo na madrugada da partida, entregando ao adversário todas as iniciativas atacantes na proporção directa da própria negação em fazer o mesmo. Imperturbável, confiante, gigante, o guardião academista respondeu com um exibição briosa, negando por demasiadas vezes o golo que tardou longos 45 minutos. Pelo menos oito remates, todos com selo de golo, pararam nas mãos de Pedro Roma, o grande obreiro do aguentar sofredor de uma vantagem que se adivinhava temporária. Nos golos adversários nada a fazer, claro, embora ainda tenha tocado na bola batida de grande penalidade por Maniche, no primeiro golo. Injustiçado, não merecia aquela noite, nem tão pouco os quatro golos sofridos.

Hélder Postiga, com os olhos na baliza

Não será propriamente uma surpresa a importância que o jovem ponta-de-lança está a adquirir no onze de José Mourinho. O crescimento de Hélder Postiga tem sido notável e isso vê-se a cada jogo que passa. Já não se perde tanto em pormenores infantis, não cai na tentação de fazer sempre mais uma finta, não se deixa ludibriar pela vontade de acrescentar um adorno. Mais maduro, mais confiante, o jovem ganhou ainda um sentido de baliza notável, joga aliás com os olhos postos nas redes adversárias e, por isso, inventa soluções onde elas parecem não existir, ganha espaços onde pouco imaginam que se pudessem ganhar e remata, remata muito. Ontem, para além disso tudo, marcou, sofreu uma falta para grande penalidade e ainda foi dos poucos a conseguir furar o último reduto de Coimbra.

Peixoto, um outro César

Chamado pela quinta vez a jogos do campeonato, a terceira na condição de titular após experiências fugazes na abertura da Super Liga, César Peixoto voltou a mostrar estar um outro jogador, um pouco aliás como já fizera na Vila das Aves, com o Moreirense. Com um coração imenso, o extremo nunca virou a cara à luta, procurou a bola, tento tabelar, centrar e rematar, sobretudo rematar. Para além disso, porém, falhou muito e esteve aqui e ali talvez um pouco desastrado no capítulo do passe, provavelmente atraiçoado pela desejo de fazer tudo e depressa. Várias vezes chamado a marcar os livres do lado direito, mostrou que pode ser uma boa alternativa a Deco nesse aspecto, como já terá percebido Mourinho que parece fazer de César Peixoto uma aposta nesse sentido. Saiu ao intervalo, o que até se pode estranhar, provavelmente porque valores colectivos mais altos se levantavam.

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