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Artur Jorge não teme averiguações

29 ago 2000, 18:22

Defesa do Braga ao ataque a Autuori O central, com pouco tempo a perder com «derrotados», lamenta a lesão de Manoel, percebe a reacção do Guimarães, mas reprova a selecção de palavras do treinador, esclarecendo que só conhece assassinos da televisão e alguns deles nascidos no país de Paulo Autuori.

Artur Jorge quebrou o silêncio para devolver críticas ao Guimarães, clube que solicita a sua suspensão pelo período em que Manoel se mantiver afastado da competição, depois de uma lesão sofrida aos pés do defesa do Braga, que já chegou à sede da Liga e corre agora num processo de averiguações. 

Artur Jorge só não elaborou a resposta mais cedo por andar «demasiado ocupado», comentou o próprio, na primeira amostra de ironia que abria novo capítulo de uma longa novela de ataques e contra-ataques entre Guimarães e Braga. Preparava o jogo da Amadora e, provocou, «não podia perder tempo com derrotados». 

Diz-se inocente e aguarda, tranquilo, o resultado do processo de averiguações que a Comissão Disciplinar da Liga conduz a pedido do Guimarães. «Não temo consequências», disse. «Espero que o processo avance e confesso que não estou nada preocupado. As pessoas sérias e de bom-senso vão chegar à conclusão de que aquele foi um lance normal, sem malícia». 

Nenhuma das críticas ou provocações teria como alvo Manoel. Artur Jorge propunha-se apenas a apresentar uma defesa apimentada. Por exemplo, assim: «Isto não é um caso, que não sirva de desculpa. Só falta dizer que fui eu o culpado por o Vitória ter perdido com o Pevidém, com o Penafiel...». O alvo era óbvio e Artur Jorge fez questão de ser claro quanto à direcção dos ataques, que, no fundo, não exercia mais do que o direito de resposta ao treinador brasileiro, que o acusara de uma entrada «criminosa» e «assassina». 

Artur Jorge, que não reconhece legitimidade ou direito a Autuori para o julgar, não gostou da escolha dos termos. «As palavras são pesadas», observou. «Assassinos conheço só da televisão e, por acaso, alguns deles até são do país onde nasceu o senhor Paulo Autuori». Resta-lhe aguardar pelo final do processo, seguro de que será bem conduzido e de que o pedido do Guimarães, que solicita uma paragem por cerca de dois meses, não será atendido, mesmo quando o caso já suscitou a observação de Manoel por um clínico da Liga, na presença dos médicos dos dois clubes. «Estou tranquilo», insiste.

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