Rui Jorge e João Pinto no regresso de Figo e Sá Pinto (destaques)

10 ago 2000, 00:09

Figuras e decepções do Sporting-Real Madrid O lateral esquerdo e o avançado do Sporting foram os melhores. Sá Pinto teve pela frente o melhor lateral esquerdo do Mundo e Luís Figo não correspondeu no campo ao carinho dos adeptos.

Rui Jorge - Grande primeira parte do defesa-esquerdo do Sporting. Figo convidou-o a subir, Horvath abriu-lhe caminho e o internacional português destroçou a defensiva do Real Madrid. Soberbo centro para o golo de Acosta e muitos lances de perigo criados do seu lado. No segundo tempo a resposta dos espanhóis obrigou o Sporting a defender e Rui Jorge respondeu bem a essas exigências. Com a entrada de Dimas subiu para médio esquerdo, antes de ser substituído pelo estreante Hugo. 

João Pinto - Sempre em movimento, o parceiro de Acosta no ataque sportinguista mostrou que o seu futebol encaixa bem numa equipa que procura viver das trocas de bola. João Pinto tabelou, desmarcou, desmarcou-se e foi um dos grandes responsáveis pela clara superioridade sobre o Real Madrid que a equipa de Alvalade evidenciou na primeira parte. Conseguiu rivalizar com Figo nas palmas quando foi substituído. 

Sá Pinto - Fez o seu primeiro jogo com a camisola do Sporting depois do regresso da Real Sociedad. Não foi muito feliz. Jogou a médio direito, o que significou enfrentar Roberto Carlos, e na contabilidade final saiu a perder, embora mostrasse a garra do costume (apesar de uma ou outra desatenção defensiva) e algumas boas combinações com César Prates. 

Figo - Exibição apagada no regresso a Alvalade. O número dez do Real Madrid não conseguiu corresponder ao carinho dos adeptos (que o saudaram com uma salva de palmas quando foi substituído por Tote, aos 66 minutos) como certamente desejaria. Figo começou muito mal, falhando passes curtos, feitos sem grande segurança. Melhorou um pouco com o decorrer da partida mas só muito raramente foi o elemento desequilibrador que se esperaria - com um grande centro aos 25 minutos, com dois remates de perigo próximo do intervalo (um ao lado, outro à figura de Schmeichel) ou a má opção de tentar o centro para Morientes quando tinha a baliza à sua frente (50 minutos). Se ofensivamente Figo desapontou, a defender esteve próximo da nulidade. Aliás, Figo nem sequer esboçou a intenção de defender, deixando Rui Jorge subir livremente pelo flanco esquerdo. 

Os marcadores - Três bom golos de três jogadores com actuações positivas. André Cruz confirmou a sua perícia em lances de bola parada (desde que não sejam penalties, já que tentou duas vezes e não conseguiu enganar César), a que juntou segurança defensiva, Acosta confirmou o seu oportunismo e com um pouco mais de felicidade podia ter marcado mais e Roberto Carlos confirmou que não há remate como o seu, marcando um golo e atirando uma bomba à trave, na primeira parte.

Os «tacticistas» - Dois jogadores brilharam com pormenores... tácticos. No Sporting o checo Horvath era em teoria médio esquerdo. A atacar soube quando aparecer no flanco e quando fugir para abrir espaço para as entradas de Rui Jorge - o que aconteceu muitas vezes. A defender acompanhou Geremi as poucas vezes que foi preciso e no resto do tempo criou superioridade numérica no meio-campo. Do lado do Real foi Celades quem deu um exemplo de táctica, ao recuar para junto dos seus centrais (ocupados em tarefas de marcação) quando a equipa defendia e subindo para o meio-campo quando na posse da bola. 

As decepções - As exibições de Figo e Sá Pinto, claro, para quem estavam voltadas quase todas as atenções, mas também de Schmeichel e Raul. O guarda-redes do Sporting pareceu sempre muito lento a reagir aos lances e, embora no golo do Real Madrid o remate de Roberto Carlos fosse indefensável, era evitável aquele gesto do dinamarquês como que a dar a entender que a bola ia para fora para depois a ter de ir buscar dentro da baliza. O menino-prodígio do Real, Raul, passou ao lado do jogo. Preso entre os centrais do Sporting na primeira parte, nem com a entrada de Morientes, ao intervalo, que lhe permitiu recuar no terreno subiu a sua produção. 

Munitis - Entrou ao intervalo e sozinho revitalizou o ataque dos espanhóis. Fabuloso o passe que isolou Roberto Carlos para o golo do Real Madrid. 

César - A expulsão de Casillas obrigou-o a saltar do banco aos 89 minutos mas o guarda-redes ainda defendeu duas vezes o penalty de André Cruz.

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