João Oliveira recorda conquistas da "geringonça" para apelar ao voto na CDU em pedreira de Penafiel

Agência Lusa , MJC
5 jun, 13:51
João Oliveira, da CDU, em campanha em Penafiel (Lusa/ Fernando Veludo)

O candidato salientou que a atividade económica e produtiva portuguesa tem estado sujeita “a condições de concorrência” que lhe são desfavoráveis e que levam muitas empresas “à redução da sua atividade ou até mesmo ao seu encerramento”

O cabeça de lista da CDU visitou esta quarta-feira uma pedreira em Penafiel, onde recordou as conquistas da coligação no tempo da ‘geringonça’, e criticou as políticas de desindustrialização do país que o têm sujeito a condições de concorrência desfavoráveis.

Nesta visita, João Oliveira esteve acompanhado pelo proprietário da pedreira, Vitorino Pereira, que disse aos jornalistas que, atualmente, emprega cerca de 20 trabalhadores, longe dos 250 que compunham a empresa nos tempos áureos que se seguiram à sua fundação, em 1978. Dedicada principalmente à produção de paralelos para a calçada, o proprietário da pedreira disse aos jornalistas que a empresa notou uma “quebra na sua faturação para metade”, que atribuiu à guerra na Ucrânia, devido ao impacto que teve no negócio com países como a Alemanha e França, que eram até então os seus principais clientes.

“Nós há cerca de meio ano para cá tivemos meio ano quase sem encomenda nenhuma, vamos trabalhando para ‘stock’, claro que chegamos a um ponto em que é difícil exportar”, disse, salientando que essa atividade também tem sido dificultada devido à Turquia e Polónia, alguns dos principais concorrentes do setor.

Em declarações aos jornalistas após a visita, o cabeça de lista da CDU, João Oliveira, pegou neste exemplo para criticar “as consequências que tem a desindustrialização” em Portugal. O candidato salientou que a atividade económica e produtiva portuguesa tem estado sujeita “a condições de concorrência” que lhe são desfavoráveis e que levam muitas empresas “à redução da sua atividade ou até mesmo ao seu encerramento”.

“Temos de lutar no Parlamento Europeu para que as políticas que são aplicadas sejam exatamente contrárias: sejam políticas que tenham em conta as especificidades do nosso país e permitam a proteção da nossa economia e o desenvolvimento da nossa atividade económica”, defendeu.

Durante a sua visita à pedreira, João Oliveira distribuiu panfletos por vários trabalhadores que dividiam, sentados em máquinas, blocos de granito em pedras de calçada, pedindo-lhes que votem na CDU para garantir que há uma voz no Parlamento Europeu para defender “os trabalhadores e o país”.

Aos jornalistas, o candidato recuou aos tempos em que o PCP e o PEV participaram na ‘geringonça’ para salientar que “os trabalhadores das pedreiras conhecem bem a importância da CDU e a falta que a CDU faz para as decisões que interessam”. “Durante 15 anos, os trabalhadores das pedreiras lutaram pelo acesso à reforma antecipada. Foi a luta dos trabalhadores e da CDU que permitiu que o acesso à reforma antecipada [sem penalizações] fosse alcançado”, afirmou.

A poucos dias das eleições europeias, João Oliveira disse assim que aqueles que ainda estão indecisos em relação ao sentido de voto, devem pensar em função de exemplos como estes dos trabalhadores das pedreiras. “Nós conseguimos antecipar a idade da reforma para milhares de trabalhadores, ao contrário daquilo que a UE nos quer fazer, de estender o aumento da idade da reforma. Isto mostra que, mesmo com orientações tão fortes e poderosas como as que nos chegam da UE, com a luta dos trabalhadores e a força da CDU, é possível vencer esses obstáculos”, disse.

Vitorino Pereira, proprietário da pedreira, disse que espera que João Oliveira possa ajudar o setor caso seja eleito para o Parlamento Europeu, mas mostrou algum ceticismo quanto à ação dos políticos no geral. “Já nasci há uns anos e isto, mais coisa menos, anda tudo dentro do mesmo. Não sei se ele vai ajudar ou não, espero bem que sim, mas a ideia que tenho é que é o que é”, disse.

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