Saiba tudo sobre o Euro aqui

Uma jogada perfeita e o rabo de Hjulmand contra o aborrecimento

16 jun, 19:23
Christian Eriksen (AP Photo/Matthias Schrader)

ESLOVÉNIA 1-1 DINAMARCA || Não estranhe: houve mesmo um rabo que alterou o rumo das coisas neste jogo - que foi frio e aborrecido no seu início e um bocadinho mais quente no final

Uma jogada perfeita: o melhor do jogo

A jogada do primeiro golo apanhou de surpresa a defensiva eslovena. Tudo correu às mil maravilhas para os dinamarqueses, desde o calcanhar de Jonas Wind ao remate certeiro de Christian Eriksen.

Ainda não me cansei de rever o golo. Em três segundos a Dinamarca conseguiu transformar um lançamento algo inofensivo num golo. Esta jogada veio claramente do laboratório e conseguir realizá-la durante o jogo é um feito impressionante. Não é fácil fazer um passe perfeito de calcanhar que isola o companheiro sob enorme pressão do defesa no primeiro jogo num dos maiores palcos do futebol mundial. Tiramos o chapéu a Wind e a Eriksen também. Não é fácil fazer uma boa receção com o peito num espaço tão curto e bater Jan Oblak.

Uma primeira parte de sono: o pior do jogo

Ok, o golo dinamarquês foi excelente, mas foi uma agulha no palheiro em toda a primeira parte. No final dos 45 minutos havia um remate à baliza enquadrado, o do golo. Não me surpreenderia se Kasper Schmeichel tivesse passado a primeira parte a tentar decifrar o Ulisses de James Joyce (tentei ler, não percebi nada) ou a beber uma limonada encostado ao poste.

Quem é este Pokémon? A surpresa do jogo

Antes desta partida, o único Janza que conhecia nem era bem Janza, era Janez Jansa, foi primeiro-ministro da Eslovénia e era (e é) um tipo um bocado maluco. Depois deste jogo não vou esquecer tão cedo o lateral esquerdo da seleção da Triglav.

Erik Janza protagonizou momentos de grande nível nesta partida. O golo, claro, uma bomba ajudada pelo rabo de Hjulmand (já lá vamos), mas também os vários passes longos que foi forçado a fazer para o ataque esloveno devido à intensa pressão dinamarquesa, principalmente na primeira parte. Um deles deixaria Andraz Sporar totalmente isolado perante Schmeichel, mas o avançado ex-Sporting e ex-Braga conseguiu dar um toque com a canela e perdê-la.

Um rabo decisivo: o momento do jogo

Já ouviu certamente falar no efeito borboleta, no qual um simples bater de asas pode alterar o rumo natural das coisas e dar origem a vários fenómenos, como um furacão ou um golo de Kylian Mbappé.

Pois bem, se Morten Hjulmand não se tivesse transferido para o Sporting, a Dinamarca podia ter ganho este jogo. Acompanhe-me: o médio dinamarquês saiu do Lecce para Alvalade, fez uma época de alto nível, foi selecionado para este Europeu e foi titular logo na primeira partida. Dificilmente teria esse estatuto se não se tivesse destacado no campeão português e tivesse permanecido numa equipa que luta todos os anos para não descer do escalão máximo do futebol italiano.

Ao minuto 77 desta partida, Janza aproveitou uma bola aliviada pela defesa dinamarquesa para dar um grande pontapé na bola, que iria ser defendida por Schmeichel não fosse o rabo de Hjulmand estar no caminho e desviar a trajetória do esférico. É rebuscado, eu sei, mas é tudo a mais pura das verdades e eu estou bem de saúde.

Vídeos Euro 2024

Mais Vídeos Euro 2024

Patrocinados