Já sorrimos, gritámos e chorámos com estas camisolas em campo: estes são todos os equipamentos de Portugal em Euros

1 jul, 07:02
Seleção Nacional camisolas (AP/Getty)

São 18 equipamentos, cada um com uma história diferente. Neste artigo o modernismo e o saudosismo vão entrar em confronto e vai relembrar momentos com cada uma destas camisolas: recordar o Jordão e o Chalana, em 84, Figo e Rui Costa, em 2000, e claro o golo de Éder, em 2016

Euro 1984

O nosso último artigo sobre as camisolas icónicas dos Euros iniciava-se com a camisola utilizada por Platini no Euro 1984 e de má memória para Portugal e, mais uma vez, vamos começar por esta edição do campeonato da Europa, a primeira em que Portugal esteve presente e, na sua estreia, chegou às meias-finais. 

Se hoje a Nike é a patrocinadora e fabricante das vestes dos jogadores nacionais, na estreia era a sua rival: a também gigante do têxtil desportivo Adidas. A camisola principal era vermelha com linhas diagonais brancas e ombreiras verdes e brancas com as tradicionais três riscas que são a assinatura da marca alemã. Já na camisola alternativa imperava o branco, as diagonais eram vermelhas, tal como as ombreiras compostas apenas por três riscas vermelhas. Jordão, Chalana, Bibota e Bento foram alguns dos nomes que vestiram esta camisola.

Rui Jordão com o equipamento alternativo numa disputa de bola na meia-final perdida contra França (3-2) no Euro 1984. (Getty)
Fernando Gomes, conhecido como Bibota, com a camisola principal de Portugal no Euro 1984. (Getty)
Capitão Bento com a camisola de guarda-redes após Portugal eliminar a URSS no Euro 1984. (Getty)

Euro 1996

Novo Euro, nova camisola e novo fabricante. Em 1996, Portugal surge no campeonato da Europa com o patrocínio da Olympic, marca agora praticamente desconhecida. Os dois equipamentos nacionais eram exatamente iguais com a exceção da cor predominante, que na camisola principal era o vermelho e na alternativa o branco.

As camisolas destacam-se por terem uma espécie de sombreado de uma esfera armilar descentrada para a direita de quem a veste. Já a camisola de guarda-redes - como se pode ver na imagem seguinte - tinha uma estrela de cinco pontas centrada como se pode ver o abdómen de Vítor Baía, porquê? Pois, ninguém sabe muito bem, mas talvez tenha sido uma tentativa de uma alusão à bandeira da União Europeia, uma vez que Portugal assinalava neste ano o 10.º aniversário da adesão. Luís Figo, Rui Costa, João Pinto e Fernando Couto foram alguns dos que vestiram esta camisola.

Equipamento principal da seleção nacional no Euro 1996. (Getty)
A camisola principal e alternativa de Portugal no Euro 1996. (Twitter @ThePedronator)

Euro 2000

Este é talvez o equipamento mais marcante da seleção nacional, o vermelho deu lugar a um tipo de bordô na camisola e nas meias, sendo que os calções mantiveram o verde. E é também aqui que a Nike é introduzida como patrocinadora até aos dias de hoje. Foi com este equipamento que o país viu a bola bater na mão de Abel Xavier dentro da área de Vítor Baía, na meia-final frente à França e a consequente eliminação do Euro 2000.

Pela segunda vez, Portugal foi incapaz de ultrapassar a França numa meia-final de um campeonato da Europa. Gritámos, chorámos e rugámos pragas a Abel Xavier, faz lembrar o que aconteceu com António Silva após a derrota com a Geórgia, mas, como lembrou Palhinha: "Já aconteceu a todos". Com esta camisola vestida brilharam nomes como Luís Figo, Rui Costa, Jorge Costa, Nuno Gomes ou Paulo Bento.

Equipamento principal de Portugal no Euro 2000. (Getty)
Equipamento alternativo nacional para o campeonato da Europa de 2000. (Getty)

Euro 2004

Chegávamos a 2004 e Portugal era pela primeira vez a seleção anfitriã de um Euro. Uma altura em que as mais recentes chuteiras da Nike - as Total 90 que podem ser vistas nos pés de Luís Figo na imagem abaixo - e como em equipa que ganha não se mexe, a fabricante passou o mesmo círculo presente nas chuteiras para praticamente todos os equipamentos que produzia. 

Esta camisola foi uma montanha russa de emoções e o final todos o conhecemos. Cristiano Ronaldo fez o seu primeiro campeonato da Europa com esta menina e sorriu, festejou, saltou, chorou, marcou de cabeça, de penálti, enfim vimos aqui em tudo o que se iria tornar e, no fim, a epifania cumpriu-se.

Além do então camisola 17, jogaram com esta camisola Pauleta, Ricardo Carvalho, Deco, Maniche, Costinha, Luís Figo, Miguel, entre muitos outros.

Equipamento principal da seleção anfitriã, Portugal, no Euro 2004. (Getty)
Ricardo Quaresma e Cristiano Ronaldo com o equipamento alternativo num jogo amigável com a Letónia antes do Euro 2004. (DR)
Cristiano Ronaldo com a camisola principal. (Getty)

Esta foi a camisola eternizada no famoso anúncio da Nike com as seleções de Portugal e Brasil.

Euro 2008

Na ressaca da derrota na final na edição em casa, Portugal surge no Euro 2008 com um equipamento diferente: os calções verdes desapareceram e agora o vermelho impera. Camisola vermelha, calções vermelhos e meias vermelhas. O equipamento alternativo voltou a ser branco e até semelhante ao de 1984, mas sem linhas horizontais.

Portugal acabou por ser eliminado pela Alemanha nos quartos de final. Cristiano Ronaldo, Pepe, Nuno Gomes, Simão Sabrosa e Deco foram alguns dos que vestiram esta camisola.

O equipamento principal do Euro 2008. (Getty)
Equipamento alternativo utilizado no Euro 2008. (Getty)

Euro 2012

Novo Euro, mas Nike sem inspiração. Camisola muito idêntica à de 2008, mas os números em vez de serem dourados passaram a ser brancos. A camisola alternativa era diferenciadora com o branco como cor predominante e uma cruz metade verde e metade vermelha centrada.

Portugal acabou por fazer uma boa caminhada, mas a sina foi a mesma do passado: tombou nas meias-finais pela terceira vez. Desta feita, frente à poderosa Espanha, que também acabou por levar o caneco.

Equipamento principal no Euro 2012. (Getty)
Cristiano Ronaldo com a camisola alternativa antes de bater um livre. (Getty)

Euro 2016

Equipamento mantém-se semelhante, sendo que a única exceção, em relação a 2012, são mesmo as meias que passaram a ser verdes. A camisola alternativa passou a ser verde água pela primeira vez. Estes são os equipamentos mais bonitos, originais, lindos e todos os outros adjetivos positivos que se lembre, porquê? Pela primeira vez, Portugal não caiu na meia-final e vingou-se das duas derrotas com França, vingou-se Jordão, vingou-se Chalana e vingou-se a mão do pobre Abel Xavier. Por isso, este é o manto de todos mantos.

Esta camisola foi usada por Éder e todos os outros que ainda nos lembramos.

O equipamento principal de Portugal quando venceu o Euro 2016. (Getty)
O incónico equipamento alternativo da seleção nacional verde água utilizado no Euro 2016. (Getty)

Euro 2020

Nike volta a trocar a cor dos calções e das meias entre si. Nesta edição do Europeu, o destaque vai mesmo para o alternativo de que poucos desgostaram. Também ninguém ficou a morrer de amores é certo, mas era algo diferente e isso já é bom. Acabámos eliminados por uma Bélgica claramente ao alcance de Portugal, nos oitavos de final, o que também não deu particular encanto a estas peças.

Equipamento principal de Portugal no Euro 2020, muito semelhante ao de 2016, mas com o regresso dos calções verdes. (Getty)
Nike manteve o verde água como cor principal do equipamento alternativo, mas acrescentou-lhe duas riscas horizontais vermelhas e uma verde, balizadas por mais duas linhas pretas. (Getty)

Euro 2024

Em geral, esta camisola na fase de grupos correu bem: dois jogos e estava garantido o primeiro lugar. Olhemos para a derrota com a Geórgia como um ato para irritar o primeiro-ministro húngaro Viktor Órban que tentou bloquear o pacote de ajuda europeia à Ucrânia - com a vitória da Geórgia a Hungria ficou fora dos oitavos - ou um desaire estratégico para não sermos considerados favoritos.

A Nike manteve a camisola vermelha com o número à direita e os calções verdes. A grande novidade surgiu no equipamento alternativo que foi inspirado nos tradicionais azulejos portugueses e que pode dividir opiniões: quem gosta parece gostar muito, quem não gosta parece ser o inverso. 

Equipamento principal da seleção nacional no Euro 2024. (Getty)
Nike inspirou-se nos tradicionais azulejos portugueses para criar um equipamento alternativo completamente díspar das restantes seleções. (Getty)

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