Músicas mais antigas trazem mais memórias - e mais felizes. E há um tipo de cancão com mais significado

29 out 2022, 10:00
Música

Adora as músicas que atualmente passam na rádio, mas é aquela canção que ouvia há dez ou mais anos que lhe traz boas memórias? Um recente estudo vem agora provar que são as formas de entretenimento antigas que trazem mais memórias (e mais felizes). E o mesmo acontece com filmes

Há muito que a nostalgia associada à música é conhecida e são várias as pessoas que dizem mesmo que têm uma canção preferida, muitas vezes chamada de “música da minha vida”, por norma uma balada ou um hit romântico. Mas um novo estudo vem mostrar que o mesmo acontece nos mais novos, até quando o seu tempo de vida não teve ainda grandes momentos para que memórias intensas fossem gravadas.

A conclusão é de um estudo da Universidade do Kansas, nos Estados Unidos, que mostra que músicas mais antigas trazem mais memórias e memórias mais felizes e que, ao contrário do que muitos pensam, são os temas mais leves aqueles que mais recordações trazem.

Além disso, os investigadores decidiram ir mais longe e quiseram tentar perceber se o cinema também é capaz de ter este efeito nostálgico nas pessoas mais novas. E sim. Os filmes mais antigos, com mais de dez anos desde a sua estreia, e de conteúdos mais leves, são aqueles que trazem mais memórias.

O estudo foi publicado recentemente na revista científica Journal of Communication.

De Taylor Swift a Avengers. Pop e super-heróis trazem mais memórias

Para este estudo, os cientistas levaram a cabo duas experiências: uma em que avaliavam o impacto de músicas e outra dos filmes na ativação de memórias.

Na primeira experiência, foram tocadas dez músicas atuais e dez músicas lançadas há dez anos. O esquema foi repetido no segundo estudo, mas desta vez com filmes: mais atuais e outros lançados na década de 2010. Em ambas as experiências participaram 400 estudantes universitários, que depois de terem ouvido as músicas e visto os filmes tiveram de responder a um questionário sobre o tipo de memória que esses dois tipos de entretenimento traziam.

Taylor Swift, John Legend e Charli XCX foram alguns dos artistas eleitos para o estudo, uma vez que acompanharam o final da infância e o início da adolescência dos entrevistados. Quanto aos filmes, Frozen, Frozen II, Avengers: Endgame e Guardiões da Galáxia foram alguns dos usados.

Ambos os estudos descobriram que a recuperação da memória era mais comum em resposta ao conteúdo mais antigo (fosse música ou filme) e que as memórias ativadas por esse mesmo entretenimento mais antigo eram mais felizes e produziam mais comparações temporais, sendo comum os jovens participantes dizerem “a vida era mais fácil nessa altura”, por exemplo. 

“Ambos os estudos descobriram que a apreciação foi maior para o conteúdo que ativava memórias, especialmente memórias que eram mais emocionais e imersivas”, lê-se no estudo.

Mas esta dupla investigação não se focou apenas na ‘idade’ das músicas e dos filmes, olhou também para a tipologia e para o que representava nas memórias que surgiam e são as formas de entretenimento mais “leves”, como diz o estudo, as que avivam mais as memórias positivas, com destaque para as músicas pop e para os filmes com super-heróis,  o que vem mostrar uma outra visão dos estudos até então feitos sobre o efeito de músicas e filmes mais antigos, uma vez que a maior parte dos estudos feitos focava-se, sobretudo, em conteúdos clássicos e eruditas, como dizem os autores.

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