Hassan, matador e passador
Hassan
Dois golos de oportunismo puro e uma ameaça permanente para a baliza do Estrela da Amadora. O ponta-de-lança faz da persistência a sua imagem de marca - vai a todos os lances, corre a todo o lado, não desiste nunca e a teimosia, normalmente, dá os seus frutos. Na Reboleira revelou ainda, para além do instinto finalizador que lhe é reconhecido, uma capacidade de passe invulgar - destacando-se neste capítulo o excelente serviço para a desmarcação de Toni, no lance do segundo golo, e pouco depois uma jogada estupenda em que deixou Carlos Costa sozinho na frente de Tiago.
Vítor Manuel
A sua subida de produção no segundo tempo foi uma das principais causas para o pesadelo do Estrela. As falhas defensivas da equipa da casa poderiam ter passado despercebidas se o médio farense não estivesse em tarde sim. Vítor Manuel foi o mentor do contra-ataque, acelerando quando devia, congelando o futebol dos algarvios na altura indicada. Salvou o 2-1 para os amadorenses ao afastar em cima da linha um cabeceamento de Raul Oliveira e foi injustamente expulso já nos descontos por Luís Reforço - o sadino de 24 anos, que fazia a sua estreia na I Liga, borrou 85 minutos de grande nível com uma inexplicável chuva de cartões à medida que o encontro se aproximava do final.
Besirovic
Começou a fazer a lateral direita - mais adiantado que na última jornada, diante do U.Leiria, por força da estratégia de três centrais com que a sua equipa surgiu - mas foi no meio-campo, depois da entrada de Toni, que mais se destacou. Depois de uma hora em que não tivera problemas para anular Luís Carlos, mostrou forças para andar à frente e atrás a roubar bolas e a impedir o adversário de ameaçar a sua baliza.
Toni
Que melhor estreia na I Liga podia pedir este ex-jogador do Lusitano de Évora? Que mais pedir a um lateral que joga meia hora para além de um centro para o golo decisivo e eficácia defensiva? Toni entrou com personalidade, aproveitou a ausência de um adversário directo para se incorporar no contra-ataque e, para além disso, a equipa ganhou estrategicamente com a sua entrada - saiu Rubio, o pior da equipa, Carlos Fernandes recuou para defesa-esquerdo e travou Semedo e Besirovic passou para o meio-campo com ganhos evidentes.
Raul Oliveira
Tarde para esquecer do central que já jogou no Farense. Tudo correu mal - Hassan ganhou-lhe pelo chão, pelo ar, em corrida, e Raul falhou no mais básico, não acompanhando o ponta-de-lança no segundo golo dos algarvios. Falhou passes, desentendeu-se com Rebelo e ainda foi infeliz - o cabeceamento depois de canto de Pedro Simões, o seu único momento alto do jogo, foi afastado em cima da linha por Vítor Manuel.
