Barão da droga colombiano condenado a 45 anos de prisão nos Estados Unidos

Agência Lusa , AM
8 ago 2023, 23:40
Dairo Antonio Usuga (Associated Press)

"Otoniel" admitiu ter trazido mais de 96 toneladas de cocaína para os Estados Unidos, via América Central e México

O líder do cartel colombiano Clã do Golfo, conhecido como "Otoniel", foi esta terça-feira condenado a 45 anos de prisão por um tribunal federal dos Estados Unidos, em Nova Iorque, por tráfico de drogas.

Considerado o maior narcotraficante da Colômbia, Dairo Antonio Usuga tinha sido extraditado da Colômbia, em maio de 2022, e confessou-se culpado, em janeiro de 2023, de tráfico internacional de cocaína.

"Otoniel" admitiu ter trazido mais de 96 toneladas de cocaína para os Estados Unidos, via América Central e México.

A juíza do tribunal federal em Brooklyn, Dora Irizarry, seguiu as recomendações do procurador, realçando que "sem dúvida” este foi "um dos casos de tráfico de drogas mais sérios" julgados naquela instância.

O colombiano, de 51 anos, enfrentava uma pena entre os 20 anos até à prisão perpétua e também já tinha aceitado em janeiro uma sentença de arresto de 216 milhões de dólares.

O ministro da Justiça dos EUA, Merrick Garland, saudou a condenação, através de um comunicado divulgado pelo seu gabinete, frisando que a "sentença envia uma mensagem clara de que o Departamento de Justiça irá encontrar e responsabilizar os líderes de organizações assassinas de narcotráfico que prejudicam o povo americano, onde quer que estejam, não importa quanto tempo demore”.

"Otoniel" tinha admitido em janeiro que, no contexto de "trabalho militar, foram cometidos assassinatos" pela sua organização, formada por ex-integrantes de grupos paramilitares de extrema-direita, que pode chegar aos 6.000 elementos.

O colombiano também referiu que o clã "fornecia segurança para laboratórios e narcotraficantes e cobrava impostos" pela cocaína que transitava pelos territórios sob o seu controlo.

Sete meses após a sua detenção na Colômbia, a extradição de “Otoniel”, que comandava a organização desde 2012, foi seguida por uma sangrenta campanha de assassinatos contra polícias no país sul-americano.

Com a eleição do Presidente Gustavo Petro, a favor de negociações com vários grupos armados, “Otoniel” pediu à sua quadrilha, em agosto de 2022, para acabar com a vaga de assassinatos.

De acordo com a agência antidroga dos EUA (DEA, na sigla em inglês) o Clã do Golfo colaborou com os cartéis mexicanos de Sinaloa e Jalisco Nova Geração para o contrabando de drogas para os Estados Unidos.

Cerca de 90% das drogas que chegam ao mercado dos EUA têm como origem a Colômbia e muitas vezes são misturadas com fentanil, uma substância poderosa e mortal adicionada pelos cartéis mexicanos, apontam dados da DEA.

E.U.A.

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