Treinador do FC Porto não perdeu com o seu homólogo do Benfica
Luís Castro (52 anos) prepara um duelo especial com Jorge Jesus (59). O FC Porto recebe o Benfica na primeira mão das meias-finais da Taça de Portugal. Será a estreia do treinador interino dos dragões frente ao rival encarnado.Jorge Jesus chega ao Estádio do Dragão com a liderança no campeonato e uma vitória no embate para a Liga (2-0), ainda com Paulo Fonseca do outro lado.
Surgiu um novo protagonista no banco azul e branco e Luís Castro apresenta um registo interessante frente ao seu homólogo encarnado: três jogos, uma vitória e dois empates.
A história começa bem antes, em 1979, ainda com Castro e Jesus como jogadores. A União de Leiria é o primeiro ponto em comum entre os dois homens.
Castro de Vila Real para Vieira de Leiria
Luís Castro nasceu em Vila Real mas rumou com tenra idade à zona centro do país. Cresceu em Vieira de Leiria e começou a jogar no Vieirense, antes de se mudar como juvenil para a U. Leiria, já depois de ultrapassar um problema de saúde.
1979. O atual treinador do FC Porto é capitão dos juniores da formação leiriense, vendo a equipa principal garantir a subida à Primeira Divisão.
A União de Leiria decide apostar em nomes com alguma experiência para lutar pela permanência. Um deles é o médio ofensivo/avançado Jorge Jesus, outro é Miguel Quaresma, atual técnico-adjunto no Benfica.
Jesus faz 22 jogos na temporada 1979/08 e marca um golo mas não consegue evitar a descida da formação leiriense. Sai no final dessa temporada para o Vitória de Setúbal. Luís Castro torce por fora, sem chegar a participar na campanha.
Na época seguinte, o defesa-central passa a integrar o plantel sénior, é desviado pelo técnico Pedro Gomes para o lado direito e ajuda a União de Leiria a subir, uma vez mais, ao escalão principal.
A sua afirmação seria novamente adiada. «Não subi, fui emprestado ao Vieirense, mas a União de Leiria desceu e eu acabei por voltar», contou Luís Castro.
O atual treinador do FC Porto chegou a capitão de equipa e ficou na U. Leiria até 1984. Nessa altura, segue para o Vitória de Guimarães com Vítor Pontes, então guarda-redes.
PS: nesta fotografia, Luís Castro é o primeiro em cima, da esquerda para a direita.
Jorge Jesus, mais velho, termina a sua carreira de jogador em 1990. Luís Castro fica dois anos em Guimarães, fazendo apenas um jogo no campeonato, e outros dois no O Elvas. A primeira época no Alentejo abre espaço para uma utilização regular no escalão principal (28 jogos e 2 cartões vermelhos).
O técnico azul e branco passa ainda pelo Fafe e encerra o seu percurso como jogador em 1997, após sete temporadas no Recreio de Águeda.
O primeiro duelo a 10 de abril de 2005
Luís Castro orienta equipas como o Recreio de Águeda, o Mealhada, o Estarreja e a Sanjoanense até chegar à primeira divisão para treinar o Penafiel, substituindo Manuel Fernandes à terceira jornada.
Jorge Jesus levava já uma carreira de 15 anos como treinador mas tinha iniciado a temporada 2004/05 sem clube. A sete jogos do final, aceita um desafio extremamente complicado: salvar o Moreirense da descida.
O atual técnico do Benfica fez a sua estreia a 10 de abril de 2005, na visita do Moreirense ao Penafiel. Roberto garantiu o triunfo dos locais (1-0) e deixou a formação duriense a um passo da manutenção.
Leia a crónica do Penafiel-Moreirense
«É curioso que um dos jogos menos conseguidos da época nos tenha deixado super felizes. O certo é que sem jogar bem conseguimos atingir os nossos objectivos e os 34 pontos que nos deixam mesmo à beirinha da permanência, falta só um bocadinho para ficar garantida», dizia então Luís Castro.
No outro lado havia naturalmente preocupação. «Não foi a estreia que procurava, até porque vínhamos com a ideia de conquistar pontos. Nesta fase do campeonato são precisos pontos, não conseguimos somá-los, parabéns ao Penafiel que com estes três pontos tem praticamente garantida a manutenção, merecida pelo que fez durante a época», reconheceu Jesus.
O Penafiel viria a terminar a época na 11ª posição, chegando a uns interessantes 43 pontos, enquanto o Moreirense acabaria mesmo por descer, ficando no antepenúltimo lugar.
Jesus por cima sem vencer o Penafiel
Jorge Jesus ficou no escalão principal, rumando à União de Leiria após o despedimento de José Gomes na fase inicial da temporada. O atual treinador do Benfica fez um percurso de grande qualidade, levando a equipa à 7ª posição.
Por outro lado, o Penafiel teve um desempenho sofrível. Luís Castro manteve-se no cargo até final já que o presidente do clube, António Oliveira, acreditava na sua competência e sabia que o plantel não oferecia grandes soluções.
A equipa duriense contabilizou apenas 15 pontos em 34 jogos. Ainda assim, a U. Leiria de Jesus não venceu o «lanterna vermelha» da Liga.
Na 12ª jornada, com Jesus a falar apenas na manutenção, Fábio Felício marcou para os homens do Lis e Bibishkov resgatou um ponto para os visitantes (1-1).
Leia a crónica do U. Leiria-Penafiel
A U. Leiria manteve-se na primeira metade da tabela classificativa enquanto o Penafiel andou a penar na última posição. Em abril de 2006, a seis jogos do final, novo duelo e mais um empate. 1-1 com golos de Diallo a abrir e Lourenço a fechar.
«Faltavam vinte minutos para o fim e a equipa da U. Leiria estava transfigurada. Tinha finalmente garra e vontade. Naturalmente encostou o Penafiel às cordas e criou sucessivas ocasiões de golo. Até que marcou. Valeu a Luís Castro, portanto, que o adversário não quis antes», escreveu então o jornalista Sérgio Pereira.
Nesta quarta-feira, praticamente oito anos após este Penafiel-U. Leiria, Luís Castro e Jorge Jesus voltam a encontrar-se. Agora num clássico.
Leia a crónica do Penafiel-U. Leiria
A U. Leiria manteve-se na primeira metade da tabela classificativa enquanto o Penafiel andou a penar na última posição. Em abril de 2006, a seis jogos do final, novo duelo e mais um empate. 1-1 com golos de Diallo a abrir e Lourenço a fechar.
«Faltavam vinte minutos para o fim e a equipa da U. Leiria estava transfigurada. Tinha finalmente garra e vontade. Naturalmente encostou o Penafiel às cordas e criou sucessivas ocasiões de golo. Até que marcou. Valeu a Luís Castro, portanto, que o adversário não quis antes», escreveu então o jornalista Sérgio Pereira.
Nesta quarta-feira, praticamente oito anos após este Penafiel-U. Leiria, Luís Castro e Jorge Jesus voltam a encontrar-se. Agora num clássico.
Leia a crónica do Penafiel-U. Leiria
