Feyenoord-Benfica, 2-1 (crónica)

30 jul 2023, 17:13

Banho de realidade

Uma tarde de boas e más notícias.

O Benfica perdeu esta tarde frente ao Feyenoord, por 2-1, naquele que foi o último jogo de preparação antes do arranque oficial da temporada, ante o FC Porto, para a Supertaça.

Comecemos pelas más notícias, que são mais.

Depois da derrota frente ao Burnley, no Restelo, Roger Schmidt manteve a mesma ideia e utilizou a mesma fórmula, com Fredrik Aursnes a fazer companhia a Orkun Kökcü no duplo-pivot do meio-campo. Face a essa partida, aliás, só se registou uma alteração: Otamendi, regressado de lesão, jogou no lugar de Morato.

E a águia voou baixinho, muito baixinho.

Na defesa, voltou a notar-se um problema que tem sido recorrente: Grimaldo faz muita falta ao nível da criatividade, e os encarnados carecem, nesta altura, de alguma qualidade na construção. Jurásek demonstra muitos problemas técnicos – exibição para esquecer , Vlachodimos também não tem como ponto forte o jogo de pés e os restantes elementos do quarteto defensivo também não são brilhantes nesse capítulo.

Ora, perante equipas que pressionam alto, como é este Feyenoord, a equipa de Roger Schmidt vê-se muitas vezes sem ideias logo numa primeira fase de construção, e opta pelo mais fácil, mas menos eficaz: bater bola na frente.

FILME E FICHA DE JOGO.

E na frente, diga-se, a inspiração foi muito pouca, para não dizer nenhuma.

Mesmo quando a bola chegava aos quatro do ataque, raros eram os lances em que Di María, João Mário, Rafa e Gonçalo Ramos conseguiam desequilibrar.

Estava aí o cocktail perfeito para uma exibição bastante pálida, mais o problema do meio-campo, onde Aursnes e Kökcü não parecem estar 100 por cento confortáveis. 

O primeiro golo do Feyenoord, aliás, surgiu na sequência de uma perda de bola do norueguês, aproveitada por Igor Paixão, ao minuto 12. Pouco depois da meia-hora, no segundo golo, de Santiago Giménez, foi também claro o espaço aproveitado pelos neerlandeses entre a linha defensiva e a linha média do Benfica.

Schmidt mudou as peças, mas os resultados demoraram

Schmidt começou a mudar as peças do Benfica ao intervalo, mas não pode dizer-se que tenha surtido logo efeito.

As águias continuaram a jogar num ritmo bem abaixo da agressividade demonstrada pelo Feyenoord, e com poucas ideias para sequer criar perigo junto da baliza de Bijlow.

Só na parte final, já com muitas caras e algum sangue jovem, o Benfica demonstrou algo mais. Alguns períodos de posse de bola no último terço do terreno e uma ou outra oportunidade, que justificou o golo tardio de Petar Musa, depois de uma assistência de Tiago Gouveia.

Depois da derrota com o Burnley, o Benfica foi à Banheira de Roterdão levar um banho de realidade. Essa é a má notícia. A boa é que Roger Schmidt tem dez dias para preparar a águia para o primeiro confronto a sério da temporada, frente ao rival FC Porto, e que vale um título: a Supertaça.

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