Armando Pereira fica detido no fim de semana. Cofundador da Altice só será ouvido na segunda-feira

Agência Lusa , MJC - atualizada às 13:50
15 jul 2023, 12:05

O advogado de Armando Pereira admitiu este sábado que o cofundador da Altice pode passar o fim de semana detido

O advogado de Armando Pereira admitiu este sábado que o cofundador da Altice pode passar o fim de semana detido e que as medidas de coação só serão conhecidas na próxima semana. 

“Sabemos que os trabalhos hoje terminam às 17:00, que domingo não há qualquer diligência e que os trabalhos são retomados na segunda-feira às 09:00. Ficará detido até que sejam lidas as medidas de coação, provavelmente serão lidas na segunda ou terça-feira”, afirmou Pedro Marinho Falcão às televisões à entrada para o Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC).

Pedro Marinho Falcão referiu também que o seu cliente prestará declarações na segunda-feira sobre as suspeitas em torno de negócios da Altice Portugal, que podem ter lesado o Estado e o grupo empresarial em mais de 100 milhões de euros. Antes, dissera que ainda estavam a decidir em conjunto se iriam prestar declarações.

“Foram identificados, foi dado prazo para consulta do processo e entregues os factos que são neste momento objeto de imputação para decidirmos se vamos prestar declarações. É uma decisão que a defesa vai tomar depois de analisar o processo e conferenciar com os nossos clientes. Por isso, provavelmente, a seguir ao almoço já saberemos se vamos prestar declarações”, disse, frisando a expectativa do cofundador da Altice de “que a justiça seja feita”.

Já este sábado, foi ouvida Jéssica Antunes, filha de Hernâni Vaz Antunes - que está a ser procurado no âmbito do mesmo processo. Na próxima semana será igualmente ouvido o empresário Álvaro Gil Loureiro, que trabalha com Vaz Antunes e Armando Pereira.

De acordo com o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) do Ministério Público (MP), a operação desencadeada esta quinta-feira, que levou à detenção do cofundador da Altice Armando Pereira e de outras duas pessoas, contou com cerca de 90 buscas domiciliárias e não domiciliárias, entre as quais instalações de empresas e escritórios de advogados em vários pontos do país.

Em causa está, alegadamente, uma “viciação do processo decisório do Grupo Altice, em sede de contratação, com práticas lesivas das próprias empresas daquele grupo e da concorrência”, que apontam para corrupção privada na forma ativa e passiva. As autoridades destacam ainda que a nível fiscal o Estado terá sido defraudado numa verba “superior a 100 milhões de euros”.

A investigação indica também a existência de indícios de “aproveitamento abusivo da taxação reduzida aplicada em sede de IRC na Zona Franca da Madeira” através da domiciliação fiscal fictícia de pessoas e empresas. Entende o MP que terão também sido usadas sociedades ‘offshore’, apontando para os crimes de branqueamento e falsificação.

Nas buscas, o DCIAP revelou que foram apreendidos documentos e objetos, “tais como viaturas de luxo e modelos exclusivos com um valor estimado de cerca de 20 milhões de euros”.

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