opinião

9 de Maio

9 mai 2022, 08:00

É o dia da vitória dos Aliados na Segunda Guerra Mundial, frente à Alemanha nazi.

No Ocidente, a data é celebrada a 8 de Maio (ontem) quando a Alemanha assinou a capitulação, em Berlim.

Na Rússia, as comemorações acontecem hoje, 9 de Maio.

A Rússia perdeu na guerra mais de 27 milhões de pessoas, entre civis e militares. Certo é que, para Vladimir Putin, esta efeméride vai ser utilizada para uma forte demonstração de poder. Será um momento para celebrar o patriotismo triunfante da Rússia, em 1945.

A pergunta que está a ser feita é a seguinte: será que a Rússia vai aproveitar a data para uma nova escalada militar na Ucrânia? Talvez sim; talvez não.

Os nacionalistas russos estão a resistir estoicamente e os planos iniciais não vingaram. Zelensky resiste. Putin não desiste.

Este dia acontece depois da cimeira do G7, ontem, e de mais uma iniciativa diplomática de Emmanuel Macron. O presidente francês é agora, reforçado eleitoralmente, o principal rosto de uma Europa trémula, depois da saída de Angela Merkel; por sinal, a única líder europeia que durante anos teve "mão" sobre os desígnios czaristas de Vladimir Putin. Conheciam-se bem. Coincidiram muitos anos em Dresden, antiga Alemanha de Leste, onde Putin iniciou a sua carreira como agente do KGB. Entendiam-se. Merkel é fluente em russo. Putin fala alemão na perfeição. Logo após a anexação da Crimeia, em 2014, Angela Merkel disse-lhe: "Vladimir, você está completamente fora da realidade".

Merkel faz agora falta. Putin está para continuar.

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