«Não fomos capazes de nos reabilitarmos», admite Autuori

23 out 2000, 20:09

Técnico desdramatiza fraco momento do Guimarães

Jornada a jornada a contestação à equipa vai subindo de nível. O técnico Paulo Autuori mostra-se imperturbável na forma de agir e pensar. Dono de uma personalidade granítica, o brasileiro promete manter a sua linha de pensamento: o habitual onze titular, a mesma filosofia de jogo, até que os resultados apareçam e comprovem o trabalho que tem sido desenvolvido pela respectiva equipa técnica, contratada no Verão passado para desenvolver um projecto para o próximo triénio. Entretanto, o litígio entre os sócios e a equipa cresce à medida que os desafios se desenrolam. 

Classificando os assobios da massa associativa como «normais e naturais», Paulo Autuori disse ser o seu «maior crítico», recusando-se a justificar a falta de resultados no Estádio D. Afonso Henriques com a «pressão exercida pelos sócios», acrescentando que «não adianta falar nada, a não ser de nós próprios. O que me vai na alma? Depois do jogo no Porto não fomos capazes de nos reabilitarmos diante do Beira Mar. Não fomos uma equipa organizada e isso facilitou a vida ao adversário, sem querer beliscar o mérito do oponente. Além disso, desperdiçar o penalty foi fatal». 

«Não mexo na estrutura da equipa» 

Objectivando a filosofia que preconizou para a equipa, admite que «voltaria a fazer tudo da mesma forma», recusando-se a abordar aspectos que se relacionam com as prestações dos atletas. «Não falo de jogadores. A responsabilidade da equipa é minha», referiu, adoptando um discurso profiláctico para uma equipa doente, em crise de resultados: «Só os jogadores é que poderão alterar o rumo dos acontecimentos, pois a única coisa que temos de fazer é ganhar, ganhar!».  

Com a equipa a denotar «instabilidade anímica e fragilidade mental», Paulo Autuori reconhece que o futebol actual é «mediático», mas promete continuar a trilhar as suas próprias exigências. «Saí de equipas a ganhar títulos (Cruzeiro de Belo Horizonte), o objectivo do treinou passa pelo dia de hoje», reconhecendo que já preconizou uma fasquia, caso tivesse de abandonar Guimarães, mas não a quis revelar: «coisa minha», garantiu, reforçando a posição de que «nunca será problema a nada nem a ninguém».  
 

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