U. Leiria-Sp. Braga, 1-1 (crónica)

4 mai 2003, 20:07

Duas partes opostas, um resultado justo Um jogo com duas partes opostas terminou com um resultado justo. Os da casa começaram melhor, os visitantes reagiram depois.

Terminou empatado a um golo o jogo entre a U. Leiria e o Sp. Braga disputado na tarde deste domingo no Estádio Municipal da Marinha Grande. Um resultado que foi verdadeiramente justo, traduzindo aquilo que as duas equipas produziram nos noventa minutos. No primeiro tempo, os leirienses forma a melhor equipa (e, praticamente, a única em termos ofensivos) e colocaram-se em vantagem; na segunda metade, os bracarenses reagiram, tornaram-se os melhores e justificaram o recuperar da igualdade.

Acabou por não ser um mau jogo, teve até alguma emoção em certos períodos, mas prometeu mais quando começou. As duas equipas entraram em campo dispostas a jogar perto da área do adversário e, por isso, a bola era jogada com muita rapidez e o ritmo da partida era bastante vivo. A partir os vinte minutos de jogo, todavia, o equilíbrio foi-se desvanecendo e o conjunto da casa começou a dominar as operações.

Com dois sistemas tácticos idênticos (4x3x3) as equipas encaixaram bem uma na outra e foi sem surpresa que a zona-chave das decisões passou a centrar-se no meio-campo. Foi mais forte o da União, no primeiro tempo, fruto da muito bem concertada acção do trio composto por Leão, Fernando Aguiar e João Manuel. Apesar de o ataque composto por Maciel, Silas e Douala não estar ao nível dos companheiros imediatamente atrás, a produção ofensiva da equipa de Manuel Cajuda ia dando os seus frutos e assumindo as oportunidades de golo existentes até então.

Do lado dos bracarenses, o trio formado por Barroso, Nené e Wender, esteve muitos furos mais abaixo do que os homólogos adversários e daí resultou uma inoperância atacante confrangedora e cujas ameaças à baliza de Hélton só surgiam de remates de longe (a maior parte das vezes na cobrança de livres) bastante inofensivos. Não espantou que a União se adiantasse no marcador antes do intervalo. Compreendeu-se por que o Braga não mostrou reacção até ao descanso. Um meio-campo muito macio em relação ao oponente era complementado por um ataque ainda mais inofensivo, no qual Tailson foi o expoente mais apagado.

Jesualdo inverte o rumo 

Com o intervalo, no entanto, os cenários inverteram-se. Jesualdo Ferreira mexeu inteligentemente na equipa e com as entradas de Arrieta (por Tailson) e Castanheira (por Barroso) inverteu os acontecimentos. Curiosamente (ou talvez não) foram os dois jogadores envolvidos na jogada do golo da igualdade, mas, mais do que isso, passou a ser o Braga a melhor equipa em campo, relegando a união para o papel de equipa que passou de ter de suportar então o melhor futebol do adversário.

Arrieta começou a dar nas vistas pela velocidade que colocou no ataque de uma equipa que nunca o tinha tido. A defesa leiriense passou enfim a ter preocupações. A primeira deu-se com um lance de golo anulado ao avançado bracarense (resta saber se Arrieta estava mesmo fora-de-jogo), a com maiores consequências na que resultou na tenacidade do jogador que, explorando um erro de Gabriel, originou uma falta à entrada da área da União.

O que até então tinha sido ineficaz, Castanheira transformou em mestria. A excução soberba do livre colocou as equipas empatadas quando faltavam cerca de 35 minutos para terminar o jogo. A importância do médio bracarense verificou-se não só no golo obtido como na maior consistência que deu ao meio-campo da sua equipa, bem mais activo na partida no segundo tempo. Para agravar a reacção do Braga, Manuel Cajuda foi obrigado a substituir Edson (que saiu a coxear) e teve de mandar João Manuel para o lado esquerdo da defesa. O tridente mais importante da equipa da casa ficou desfeito e a União não mais conseguiu impor o futebol registado no primeiro tempo.

Não é que os da casa tenham deixado de atacar, mas passaram a fazê-lo com menos talento e, do outro lado, estava uma equipa que, agora era mais forte e jogou melhor até final do jogo. Como exemplo, Fernando Aguiar obrigou Quim a uma grande defesa já perto do fim, mas o maior número de oportunidades dos bracarenses tiveram o seu expoente numa cabeçada de Artur Jorge ao poste quando Hélton já nada podia fazer para evitar o golo. O empate, como já se disse, acabou por ser justo, mas, se o União marcou passo nas esperanças de melhorar o sexto lugar, o Braga (ficando com 33 pontos) ultrapassou o Varzim (agora 14.º classificado, com 32 pontos) na luta pela fuga à despromoção e colocou-se três pontos acima da linha de água (abaixo da qual está o Beira Mar, com 30 pontos). 

 

Patrocinados