Estão a chegar à UE pelo Mediterrâneo Central mais do dobro dos migrantes do ano passado

CNN Portugal , MJC
16 jun 2023, 11:21
Migrantes em Itália (Christian Gohdes/ AP)

A Frontex registou 102 mil travessias irregulares nas fronteiras da União Europeia. O Mediterrâneo Central continua a ser a principal rota migratória para a UE

Nos primeiros cinco meses do ano, o número de travessias irregulares detetadas nas fronteiras externas da União Europeia atingiu as 102 mil, de acordo com os dados preliminares divulgados esta sexta-feira pela Frontex - Agência Europeia da Guarda Costeira e de Fronteiras. Este número significa uma subida de mais 12% em relação ao ano anterior.

O Mediterrâneo Central continua a ser a principal rota migratória para a UE, tendo sido responsável por cerca de metade das travessias irregulares para a UE até agora este ano - mais de 50.300 entradas em janeiro-maio registadas pelas autoridades nacionais.

O número de entradas irregulares através desta rota mais que duplicou (160%) em relação ao mesmo período de 2022. E é o valor mais elevado registado desde 2017.

Nesta rota, destacam-se os migrantes oriundos da Costa do Marfim, Egito e Guiné-Conacri.

As entradas através de outras rotas migratórias para a UE diminuíram.

O decréscimo nas rotas do Mediterrâneo Ocidental (usada sobretudo por migrantes de Marrocos, Argélia e Síria) e da África Ocidental (migrantes vindos de Marrocos, Senegal e Costa do Marfim) deveu-se, segundo a Frontex, "sobretudo a longos períodos de más condições meteorológicas, que tornaram ainda mais arriscadas as já perigosas viagens a bordo de embarcações impróprias para o mar". No entanto, sublinha esta agência europeia, "a pressão migratória na região continua alta e podemos esperar um aumento na atividade de contrabandistas na região nos próximos meses".

No período de janeiro a maio, a rota dos Balcãs Ocidentais, que é a segunda rota mais ativa, com mais de 30.700 entradas, sofreu um declínio de 25% em comparação com o mesmo período do ano passado. Os declínios nessa rota migratória observados desde o início do ano são, diz a Frontex, "um efeito tangível do facto de os países da região terem alinhado as suas políticas de vistos com os regulamentos da UE". Esta rota é utilizada sobretudo por migrantes vindos da Síria, Afeganistão e Turquia.

Mais de 2.700 oficiais permanentes e funcionários da Frontex estão envolvidos em várias operações de apoio aos estados-membros e países vizinhos na proteção das fronteiras externas da UE e no combate ao crime.

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