Destroços do submarino Titan, que estava desaparecido desde domingo (18), foram encontrados; os cinco passageiros da embarcação morreram
O diretor do Instituto de Oceanografia da USP, Paulo Sumida, falou à CNN Brasil esta quinta-feira sobre a implosão do submarino que seguia em direção aos destroços do Titanic.
Paulo explicou que, após a falha, a pressão aplicada no casco do submersível inviabilizaria uma explosão. Dessa forma, o colapso da estrutura seria uma implosão, ou seja, algo interno em vez de externo.
“Implode porque o casco está cheio de ar. O ar é muito compressível, ao contrário da água que é pouco. Então, toda a pressão da água à volta do casco – imagina uma coluna de água de quatro quilómetros sobre esse casco, exercendo pressão por todos os lados”, avaliou.
“Quando teve a falha, a tendência foi para que pressionasse o ar. Então, não podia explodir, porque a pressão não deixaria. Por isso implodiu. As paredes colapsaram e parte delas foram retiradas em três pedaços, o que mostra o grau de violência dessa pressão”.
O submarino Titan, da OceanGate, estava desaparecido desde domingo. A Guarda Costeira dos Estados Unidos confirmou a morte dos passageiros do submarino esta quinta-feira (22), após os destroços terem sido encontrados, indicando que houve uma perda da pressão da cabine.
Estavam no submarino o empresário britânico Hamish Harding, o mergulhador Paul-Henri Nargeolet, o empresário paquistanês Shahzada Dawood e o seu filho, Sulaiman Dawood, e o CEO e fundador da OceanGate, Stockton Rush.
“Em nome da Guarda Costeira dos EUA dou os sentimentos para as famílias. Só consigo imaginar como isso tem sido para eles e espero que essa descoberta traga algum conforto nesse momento tão difícil”, disse o contra-almirante John Mauger, comandante do Primeiro Distrito da Guarda Costeira, em entrevista à imprensa.