Trata-se de uma app para rivalizar com o Twitter. A empresa que a detém é a mesma que é dona do Facebook e do Instagram. Um dos objetivos da nova app é maximizar o potencial de publicidade por meio de rastreamento abrangente dos utilizadores - e as regras europeias são apertadas
A maioria dos europeus vai ter de esperar para ter acesso ao Threads, o rival do Twitter, enquanto a empresa Meta se debate com desafios regulamentares. A aplicação, que teve 10 milhões de inscrições em sete horas, foi lançada em 100 países, mas exclui os Estados-membros da UE e os dispositivos Android.
A decisão de suspender o lançamento do Threads na UE deve-se a preocupações relativas à regulamentação da partilha de dados entre a nova plataforma e a aplicação Instagram da Meta. A Lei dos Mercados Digitais (DMA), que rege as regras de concorrência para as principais plataformas online, ainda está a ser deliberada e a Meta diz que isso provoca incertezas sobre o Threads.
A Lei dos Mercados Digitais visa regulamentar as práticas de partilha de dados entre as grandes empresas de tecnologia em várias plataformas. A Meta, a empresa-mãe do Facebook e do Instagram, aguarda novas orientações sobre a forma como estas regras afetarão especificamente o Threads.
As autoridades reguladoras da UE já tomaram medidas contra a Meta nos últimos anos, incluindo a imposição de uma multa recorde de 1,3 mil milhões de dólares pela transferência de dados de utilizadores europeus para servidores nos EUA. A autodesignação da Meta como "guardiã" ao abrigo da DMA sujeita ainda à empresa a regulamentos mais rigorosos sobre a partilha de dados e o tratamento preferencial dos seus próprios produtos.
A Lei dos Serviços Digitais e a Lei dos Mercados Digitais restringem a utilização de dados sensíveis para fins publicitários e podem exigir o consentimento explícito do utilizador antes de combinar dados para a definição de perfis. Assim, o Threads, com seu foco em maximizar o potencial de publicidade por meio de rastreamento abrangente, encontrará obstáculos significativos com os reguladores da UE devido a limitações mais rígidas em anúncios de vigilância e requisitos de proteção de privacidade.
A empresa está a trabalhar ativamente para resolver estas questões, mas os utilizadores europeus têm de esperar.
