Euro sub-21: Geórgia-Portugal, 2-0 (crónica)

21 jun 2023, 19:19

Entre inconsequência e negligência, pior do que isto é quase impossível

Portugal arrancou em falso a participação no Europeu sub-21. Diante da co-anfitriã Geórgia, os comandados de Rui Jorge perderam por 2-0, num jogo decidido por duas falhas de atenção fatais nos minutos finais da primeira parte.

A equipa das quinas teve desde cedo o domínio territorial do jogo, obrigou os georgianos a baixarem as linhas, mas foram poucas as vezes em que criou desconforto no adversário.

Os primeiros 45 minutos foram, aliás, de enorme desperdício. Não de oportunidades – antes fosse! – mas do tempo em si. Portugal foi jogando de pé para pé, mas a lentidão na circulação permitiu que os georgianos estivessem quase sempre cómodos no processo defensivo.

Se Portugal foi inconsequente na frente, foi altamente negligente lá atrás. E a Geórgia, mais focada em evitar uma derrota no jogo do arranque do Europeu do que propriamente em fazer por vencê-lo, viu-se na frente no marcador.

Aos 37 minutos, um pontapé de Tsitaishvili parecia condenado ao fracasso, mas a péssima abordagem de Tomás Araújo e a vontade de Gagua, que afastou o português da jogada, colocaram a seleção da casa a liderar.

Na resposta, Afonso Sousa testou a atenção de Kutaladze num remate de meia-distância, naquilo que foi, no fim de contas, o melhor que Portugal fez numa primeira parte que ficou marcada por novo erro crasso já em tempo de compensação. Na sequência de um canto batido da direita, o defesa Sazonov cabeceou sozinho para o 2-0 na capital georgiana.

Henrique Araújo e Francisco Conceição foram a jogo logo no início da segunda parte e a mudança de atitude – e de velocidade – lusa foi imediata. Poucos minutos bastaram para se ver mais do que em toda a etapa inicial. O avançado do Benfica ameaçou o golo de cabeça e Francisco Conceição criou problemas inúmeras vezes no corredor direito, levando a bola à barra numa tentativa de cruzamento desviada por um adversário.

Sem a chegada do golo que relançaria o jogo, o avançar do relógio fez também crescer os níveis de stress da Seleção e com isso chegou a precipitação. Primeiro, no último terço. Depois, na zona defensiva. Em mais um exemplo daquilo que foi a Geórgia – uma equipa cínica sempre à espreita do erro – Gocholeishvili viu-se isolado e acabou derrubado por Tomás Araújo, que deixou Portugal reduzido a dez para os últimos 15 minutos.

O destino do jogo, escrito parcialmente numa primeira parte desastrosa, tornou-se inevitável e, dois anos da ida à final na Eslovénia, Portugal vê complicar-se logo a abrir a continuidade na prova e fica com (pelo menos) duas certezas: a de que o jogo do próximo sábado com os Países Baixos é uma final e de que é difícil fazer pior do que esta quarta-feira em Tbilissi.

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