Amorim e o dérbi: «Oportunidade única de marcar diferença de seis pontos»

11 nov 2023, 16:14

Treinador do Sporting diz que não se deixa iludir pelo momento do Benfica e vinca a importância de um jogo que assume não ser decisivo, mas que garante ser «muito importante». «Se o Sporting jogasse com a Real Sociedad não saberíamos o que acontecia», afirma, reconhecendo que o adversário está mais pressionado

O dérbi eterno vai colocar frente a frente equipas com estados de alma diferentes. De um lado o Sporting, líder isolado do campeonato e com o moral em alta; do outro, um Benfica com muitas oscilações que vem de uma derrota e consequente eliminação da Liga dos Campeões.

Apesar dos momentos diferentes de águias e leões, Ruben Amorim reconhece que o sucesso do Sporting passará na Luz passará por não desconfiar do mau momento das águias. «Acho que passa muito por aí, também. Ao longo das semanas ouvimos e lemos - eu não, mas os jogadores sim - sobre vender a ideia da crise do Benfica. É tentar olhar para os resultados no campeonato e eles são basicamente os mesmos, tirando a mesma jornada. E, por isso, estamos a discutir neste jogo a liderança do campeonato», alertou na antevisão ao jogo deste domingo.

«Sabemos a equipa que vamos defrontar, a qualidade dos seus jogadores e, digam o que disserem, do seu treinador, que tem muitas vitórias ao longo da sua estadia no Benfica. Não estamos nada iludidos, estamos preparados e queremos muito ganhar este jogo», acrescentou.

O treinador do Sporting referiu que se os leões também tivessem defrontado uma equipa com a qualidade da Real Sociedad, não saberia se o estado de espírito das duas equipas não estaria invertido. «maginem que o Sporting jogava com a Real Sociedad?! Não sabíamos o que aconteceria. E o Benfica jogaria dois jogos com o Raków. Poderíamos estar aqui a falar de um cenário completamente diferente», fantasiou.

«Apesar dos jogos na Europa, o Benfica está a lutar pela liderança. Há dois ou três meses estávamos aqui num dérbi onde o Benfica poderia ser campeão contra o Sporting. Acho que foi o dérbi mais difícil que eu joguei e o mais difícil de preparar, porque envolvia muita coisa e se calhar seria a gota de água na altura numa época difícil. E viu-se a resposta do Sporting. Jogámos muito bem e tivemos a capacidade de resistir», acrescentou, dizendo que não esperava um adversário mais fragilizado devido às várias ausências.

«Não é um Benfica mais fragilizado. O Neres também não vinha a ser titular, o Kokcu variava nos jogos, o Bah ia trocando na direita com o Aursnes. É um Benfica na máxima força. Vai lutar pela liderança e nós vamos fazer o mesmo. Obviamente que estamos muito melhores do que há três meses», insistiu em jeito de aviso.

Na conversa com os jornalistas, Ruben Amorim lembrou várias vezes que o Sporting pode terminar a jornada com seis pontos de vantagem sobre o mais direto perseguir.  «A equipa do Sporting não está iludida com isso e sabe que tem de ganhar o jogo, porque é importante. Não é decisivo, mas é muito desconfortável ir para uma paragem com seis pontos de desvantagem. E acima de tudo, não queremos perder o primeiro lugar. Está tudo em jogo.»

Depois, um aviso interno: «Relembrar que passámos coisas difíceis e que basta um jogo para voltarmos a estar num momento difícil. Perderemos a liderança se o Benfica ganhar e ganharemos seis pontos para uma paragem de seleções se ganharmos. E tendo isso na cabeça, temos de ir com tudo para vencer o jogo», retirando depois alguma carga ao jogo. «Não é decisivo para o campeonato, mas eu diria que é muito importante», destacou.

O técnico dos leões, que pode atingir neste domingo a marca das 100 vitórias na Liga (entre Sporting e Sp. Braga), não quis colher o favoritismo para o dérbi, mas admitiu que o adversário pode ter mais pressão em cima dos ombros. Não quer, no entanto, que isso conduza a qualquer tipo de relaxamento.

«Temos três pontos de avanço e, aconteça o que acontecer, ninguém terá mais pontos do que nós no final da jornada. Se perder, o Benfica fica a seis pontos e aí há uma diferença do que pode acontecer no fim de semana. Mas eu não quero os meus jogadores confortáveis com o facto de ninguém nos passar aconteça o que acontecer, porque é uma oportunidade única de marcar uma diferença de seis pontos. Não é decisivo, mas é muito desconfortável estar à 12.ª jornada [n.d.r.: esta é a 11.ª jornada] com seis pontos de atraso», reforçou.

Sobre o jogo propriamente dito, Amorim afirmou esperar vigilância apertada a Viktor Gyökeres, mas não só. E garantiu que o Sporting terá também de ter essa atenção para anular alguns dos jogadores mais importantes das águias. «Espero [vigilância] ao Gyökeres, ao Pote, se jogar, ao Marcus, ao Trincão e a todos esses jogadores. Porque se tiverem muito espaço, é o mesmo que pensamos em relação ao Benfica: se dermos muito espaço ao Di María, se deixarmos o Rafa correr com a bola e se deixarmos o António Silva lançar as bolas para as costas a nossa defesa a toda a hora… Portanto, prevejo um jogo de muitos duelos. Se calhar, amarrado no início, mas depois vai tornar-se um belo jogo», projetou.

Sporting

Mais Sporting

Mais Lidas

Patrocinados