Liga Europa: Sporting-Midtjylland, 1-1 (crónica)

Rafael Vaz , Estádio de Alvalade, Lisboa
16 fev 2023, 22:04

Coates resgata um leão «vintage»

A ferida era grande, a ressaca era grande, mas a vida do Sporting não melhorou esta quinta-feira, e esteve perto de piorar – e de que maneira.

Esta noite, frente a um Midtjylland que já não jogava oficialmente há cerca de três meses, o leão empatou em casa (1-1) e vai ter de forçar o apuramento para os oitavos de final da Liga Europa a jogar no frio da Dinamarca, dentro de uma semana.

Por gestão física ou emocional, certo é que Ruben Amorim mudou quase meia equipa face ao leão que perdeu frente ao FC Porto, no fim de semana. Saíram Gonçalo Inácio, Bellerín, Fatawu, Trincão e Chermiti e entraram St Juste, Esgaio, Nuno Santos, Arthur e Paulinho.

Amorim muda meia equipa

A intenção de Amorim percebe-se, mas a ferida aberta pela derrota com o FC Porto era difícil de sarar, notou-se. E não sarou.

Nas bancadas a paciência é mais curta, bem mais. Em campo, o nervosismo aumenta, até porque há aí uma relação causa-efeito. Ainda assim, a primeira parte foi morna. O Sporting não demorou a instalar-se no meio campo adversário e o ambiente foi estando mais ou menos controlado.

O problema? O leão não rematava. Houve aqui e ali algumas tentativas, que foram sempre para fora. Mas remates na direção da baliza, zero.

E num jogo de futebol, isso não é um pormenor. Pelo contrário.

Essa tendência manteve-se na segunda parte, de resto.

O balão encheu, mas Adán esvaziou-o

O Sporting entrou mais ligado, mais elétrico, e os primeiros minutos deram outra expectativa à noite leonina, que não se veio a verificar. Mesmo que Arthur tenha mesmo feito o 1-0, num lance prontamente invalidado por fora de jogo.

Só que o tempo foi passando e esse balão dos primeiros minutos do segundo tempo foi-se esvaziando. As alterações de Amorim não trouxeram nada de novo à partida, a impaciência nas bancadas cresceu e depois aconteceu... Adán.

Outrora um dos pilares da equipa de Alvalade, o guarda-redes espanhol voltou a comprometer. Curiosamente, pouco depois de ter brilhado para evitar o golo de Emam Ashour. Só que sete minutos depois, aos 77, entregou o ouro ao bandido com um passe disparatado, a bola sobrou para Ashour e o número dez da formação dinamarquesa desbloqueou o marcador.

Alvalade entrou em ebulição, a fazer lembras os tempos pré-Amorim.

Coates resgata um leão «vintage»

Muitos assobios nas bancadas, muita insegurança no relvado e pouca ou nenhuma arte para alterar o rumo dos acontecimentos. O leão caminhava a passos largos para o abismo.

Só que aí apareceu o capitão Coates, aos 90+5 minutos, a resgatar este Sporting «vintage». Na área, e na recarga à primeira defesa de Lossl em todo o jogo, o uruguaio fez o 1-1 e evitou males maiores.

Se daqui a uma semana o Sporting, poucos se lembrarão deste empate, é verdade. Mas os sinais ficam, e esses são preocupantes.

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