Estatística assegura vantagem portista em Braga

1 dez 2000, 17:57

Nos últimos 30 anos, equipa minhota só venceu por duas vezes no 1.º de Maio A história tem sido cruel para o Braga. Nos últimos 30 anos, só venceu o F.C. Porto por duas vezes, registando quatro empates e 17 derrotas. O último triunfo foi em 96/97, em encontro crucial para as aspirações minhotas: esteve na origem da participação na Taça UEFA. Manuel Cajuda recordou o jogo.

Será que a história nunca se repete? A pergunta surge por um motivo simples: nos últimos 30 anos, o Braga só venceu o F.C. Porto por duas vezes, tendo o Estádio 1.º de Maio como pano de fundo. Números de expressão reduzida, tendo em conta a rivalidade entre os dois clubes e os fortes motivos que fazem deste jogo um encontro apetecível em todos os cartazes da I Liga. Pelo meio, ainda houve um pequeno hiato de cinco temporadas em que os adversários estiveram privados do confronto directo. Simplesmente, porque os anfitriões mudaram-se para o escalão inferior. Agora, as atenções centram-se no Minho, onde a equipa de Manuel Cajuda vai tentar dobrar a tendência do avesso. 

Os algarismos, conselheiros das estatísticas, dizem que os dragões têm supremacia evidente nas deslocações à cidade dos arcebispos. Poderá ser superstição pura, mas a tendência numérica é clara e impetuosa desde a longínqua temporada 69/70. Para além das escassas duas vitórias do Braga, a soma final indica 17 derrotas minhotas e quatro empates. Um fardo pesado, expresso em 18 golos marcados e 45 sofridos. Amanhã, o Braga irá procurar anular a tendência, se bem que o trabalho expresso no campeonato possa implicar um confronto mais equilibrado: os arsenalistas instalaram-se no terceiro lugar e estão a ser uma das equipas sensação; o F.C. Porto é simplesmente o líder. E está tudo dito. 

A história de um jogo europeu 

A análise do quadro dos resultados indica que o Braga nunca conseguiu vencer uma vez em cada década, partindo-se do princípio que esta análise tem como base a temporada 69/70. A pequena glória só se expressou em 78/79 e mais recentemente em 96/97, a última vitória dos minhotos diante os dragões. O jogo tem uma história curiosa, porque o triunfo foi a base de participação na Taça UEFA. «Na altura, o Guimarães jogou com o Benfica em Campo Maior e venceu. Éramos obrigados a conquistar os três pontos para manter viva a luta pela Europa», recordou Manuel Cajuda. 

Mas o Braga entrou no jogo com o pé esquerdo. Logo aos quatro minutos, Costa inaugura o marcador e coloca o F.C. Porto em posição de vantagem. «Apesar de começarmos mal, disse que iríamos vencer. Foi uma forma de incentivar os jogadores», destacou. «No intervalo, não sabia o que dizer e acabei por atirar a toalha ao chão. Já não acreditava na participação na Taça UEFA e isso levou o grupo a modificar a sua atitude. Foi um golpe de teatro de um maluco, que às vezes tem a mania que é treinador de futebol». 

Conclusão: Logo no primeiro minuto da segunda parte, Karoglan estabelece o empate, mas a fúria bracarense não ficou por aqui. Aos 69 minutos, Toni estabelece o resultado final, que esteve na base da participação histórica nas competições europeias. «Nunca vi a minha equipa correr tanto. Cheguei a pensar que não iríamos aguentar aquela correria toda, mas felizmente vencemos. Estava muito nervoso, mas os jogadores foram os primeiros a acalmar-me», recordou Manuel Cajuda. 

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