Pessoas de várias nacionalidades, raças e etnias juntaram-se, movidas por um sentimento comum
Ainda os relógios não tinham batido as três campanadas e já Lisboa se agitava, expectante. Um mar de rostos concentrava-se no Terreiro do Paço, um mar que fervilhava e ia aumentando a cada minuto. «Vim aqui ver o Papa», era a frase de ordem.«Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do Inferno nada poderão contra ela», lia-se na faixa ostentada por Joaquim, membro da Comunidade Neocatecumenal de Paço de Arcos. Com alguma desconfiança inicial, Joaquim contou ao tvi24.pt
Papa reconhece que não faltam «filhos rebeldes» à Igreja
As pessoas sentavam-se no chão, à espera, munidas de chapéus, bandeirinhas e guarda-chuvas para proteger do sol. Várias famílias, envergando camisolas de Bento XVI, levaram as crianças, carrinhos de bebés e até cachorros pela trela.
Euridice, da Paróquia Santa Teresa Menino Jesus, da Brandoa, sentada no chão a amamentar o filho, referiu ter curiosidade em ver o Papa. «Vim porque queria conhecer o Papa, tenho alguma curiosidade», afirmou.
Antes da chegada de Bento XVI, o Terreiro foi animado pelos Jovens da Ramada, que encheram o ar com os seus cânticos, à medida que as pessoas brotavam de todos os cantos, na ânsia de conseguir um bom lugar. «Para onde vamos? Vamos rumo ao Papa», disse uma jovem, empunhando um cartaz, a avançar pela multidão.
Um grupo de amigos conversava animadamente, dispostos em círculo no chão, quando o tvi24.pt
Poucos foram os que se mostraram indiferentes perante a visita de Bento XVI. Pedro afirmou que estava por perto, por isso resolveu ir «espreitar o que se passava». «Tive educação católica, mas não pratico. O Papa a mim não me diz nada», declarou.
Houve também quem não soubesse ao certo o que estava para acontecer na tarde de 11 de Maio. Um inglês, munido de um guia da Celebração Eucarística, quis saber o motivo das celebrações e se o Papa tinha a tradição de vir a Portugal todos os anos nesta data.
Um grupo falava animadamente do sistema de envio de mensagens ao Papa
A hora aproximava-se e a multidão cada vez se agitava mais, içando as bandeirinhas e aplaudindo. Quando Bento XVI finalmente surgiu, Lisboa gritou a uma só voz «Viva o Papa!», uma saudação repetida várias vezes durante a homilia. Milhares de pessoas assistiram à cerimónia e aclamaram o Sumo Pontífice até á exaustão. «Gostei muito da missa. O Papa é como o Senhor, representa-O», foram as palavras de Catarina no final da cerimónia.
No Rossio, a população voltou a concentrar-se para um adeus final a Bento XVI, tão acarinhado nas ruas de Lisboa, cidade que, nesta tarde de Maio, foi movida pela fé.