«Não podemos enterrar a cabeça na areia», dizem pais. «É um mal menor», reconhece associação. Mas sexo não pode ser «encarado como algo passageiro». E o leitor, concorda?
A Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap) concorda com o novo modelo de educação sexual proposto pelo Ministério da Educação, nomeadamente com a distribuição gratuita de preservativos aos alunos do ensino secundário.«Se estamos a explicar aos jovens os perigos [de uma relação sexual sem protecção], faz todo o sentido muni-los destes meios. Não podemos enterrar a cabeça na areia», disse ao PortugalDiário
A Confap, que foi ouvida durante o processo de elaboração deste projecto, concorda com o novo modelo de educação sexual apresentado. «A partir dos 15 anos, há uma maior autonomização dos jovens, deixam de ter o à-vontade de falar destas questões com os pais, por isso, é bom que haja este apoio na escola».
Para a associação, também é positivo «ligar a escola à saúde, para promover estilos de vida saudáveis». «Assim, os jovens têm direito a um acompanhamento com a garantia da privacidade», explicou o presidente da Confap.
A Associação Maternidade e Vida também concorda com a medida, desde que a distribuição dos preservativos seja acompanhada «por uma orientação de técnicos especializados» e o sexo «não seja encarado como algo passageiro, sem consideração dos sentimentos».
Em declarações ao PortugalDiário
O Ministério da Educação assinou esta terça-feira um protocolo com o Ministério da Saúde para criar nas escolas gabinetes de apoio aos alunos para aconselhamento sobre educação sexual.
Os gabinetes de apoio aos alunos vão existir apenas no ensino secundário, mas a medida faz parte de um projecto ao nível do ensino básico e secundário que visa revitalizar os currículos sobre educação para a saúde, incluindo a educação sexual. O projecto prevê uma parceria entre escolas e centros de saúde, sendo que os professores e técnicos de saúde vão receber formação nesta área.
A ministra da Educação admitiu a possibilidade de instaurar a distribuição gratuita de preservativos nas escolas aos alunos «com mais de 16 anos», desde que os pais estejam de acordo.
O ministério garante que todas as directivas do modelo de educação sexual estarão definidas até 31 de Março.
E o leitor, concorda com esta medida?