Juntas: funcionária doente falta ao trabalho

30 nov 2007, 12:48

Populares revoltados com decisão da Caixa Geral de Aposentações

A funcionária pública de Ponte de Lima a quem foi negada a reforma antecipada não compareceu hoje ao trabalho, onde era aguardada por duas dezenas de populares «revoltados» com a decisão da Caixa Geral de Aposentações (CGA).

Funcionária administrativa da Junta de Freguesia de Vitorino de Piães, Ana Maria Brandão, 43 anos de idade e portadora de lombalgia e cervicalgia incapacitantes foi quinta-feira notificada pela CGA de que o seu pedido de reforma antecipada fora indeferido.

Segundo a CGA, a Junta Médica de recurso a que aquela funcionária pública foi submetida a 20 de Novembro concluiu que ela «não se encontra absoluta e permanentemente incapaz» para o trabalho.

Hoje, era esperada na Junta de Vitorino de Piães por cerca de duas dezenas de pessoas da freguesia, que não calavam a sua «revolta» perante aquilo que consideram «uma injustiça de todo o tamanho».

«Há tanta gente aqui na freguesia a receber o rendimento mínimo e que está cheia de saúde para trabalhar, enquanto que à Ana Maria parece que a querem obrigar a vir trabalhar deitada numa maca. Só quem não quer é que não vê que ela mal se consegue mexer», criticou Aurora Campos.

«Doença crónica»


A doença surgiu depois de uma operação «mal sucedida» a uma hérnia discal, em 1998, no Hospital Distrital de Viana do Castelo, e que hoje obriga Ana Maria a usar um colar cervical dia e noite, além de uma braçadeira no braço direito e de uma cinta lombar.

O neurocirurgião Joaquim Couto Reis considera que a doença da funcionária pública de Ponte de Lima a quem foi negada reforma antecipada é «crónica» e a «incapacita» para o exercício da sua actividade profissional.

Em declaração emitida a 22 de Janeiro, a que a Lusa teve hoje acesso, Couto Reis refere que aquela funcionária pública, Ana Maria Brandão, «é seguida em neurocirurgia por cervicalgias e lombalgias incapacitantes» e que o seu caso clínico está documentado por ressonâncias magnéticas que demonstraram «alterações degenerativas».

Relacionados

Patrocinados