Formação de Bruno Lage parece sentir-se mais confortável entre os clubes pobres
O Benfica fez o melhor jogo na temporada europeia, conseguiu uma vitória gorda sobre um bom adversário e alcançou o objetivo de se apurar para a Liga Europa.
Por isso, e só por isso, merece este sobe.
Mas sobra mais sobre o qual vale a pena pensar após a eliminação da Liga dos Campeões.
Fica sobretudo uma evidência: a equipa foi melhor depois de estar afastada da prova.
Enquanto o apuramento esteve em aberto, a formação de Bruno Lage foi quase sempre sofrível. O máximo que conseguiu foi, durante determinados períodos, ser suficiente.
Ainda conseguiu uma vitória em casa sobre o Lyon, é verdade, mas foi um daqueles resultados que caíram do céu aos trambolhões, depois de um erro incompreensível de Anthony Lopes.
Depois disso, e depois de perder em França, quando só um milagre podia salvá-lo, o Benfica fez então os melhores jogos.
Acabou por empatar injustamente na Alemanha, num resultado ingrato, penoso e tardio - num jogo, recorde-se, em que o Leipzig marcou duas vezes nos últimos minutos – e, já afastado da Liga dos Campeões, fez então a melhor exibição, na receção ao Zenit: conseguiu o jogo com mais golos, mais remates, mais passes bem feitos e mais posse de bola.
O que é curioso.
Deixa no ar a sensação de que o problema deste Benfica europeu foi sobretudo mental: enquanto o apuramento esteve em aberto, a equipa somou erros, más exibições e resultados medíocres.
Quando a Champions lhe fugia entre os dedos, e na melhor das hipóteses podia cair para a prova dos clubes pobres, a equipa de Bruno Lage soltou-se e fez as melhores exibições. O que faz suspeitar que o Benfica se sente confortável é fora da Champions: tem medo de ser testado entre os melhores.