Jesus: o futebol sabe tratar quem lhe quer bem

25 nov 2019, 00:03
Jorge Jesus Libertadores

A glória chegou tarde, mas é inteiramente justa para um homem que ama o jogo

A primeira vez que estive com Jorge Jesus foi em 2005. Eu era um jornalista em início de carreira e ele tinha sido chamado de urgência para tentar salvar um praticamente condenado Moreirense.

Não conseguiu, mas lembro-me que andou lá perto. Provavelmente já nessa altura tinha qualidade.

Depois do Moreirense, Jorge Jesus continuou a caminhada por clubes pequenos. União Leiria, Estrela da Amadora, V. Setúbal, Belenenses, V. Guimarães, enfim: o calvário foi longo, até que António Salvador lhe deu a oportunidade (e os recursos) para enfim mostrar o que valia.

Nada na carreira de Jorge Jesus foi dado de mão beijada, portanto.

O português fez uma carreira a pulso, em equipas difíceis, a tentar lutar pela vida. Cometeu erros, sem dúvida, e ainda continua a cometer. Muitos erros, sobretudo na gestão mental dos grupos.

Mas há algo que ninguém pode duvidar: que ama o futebol, ama trabalhar e ama estudar o jogo. Esforça-se, entrega-se às coisas, gosta de um futebol ofensivo e adora treinar.

Este fim de semana viveu o fim de semana de maior glória: finalmente chegou ao topo do mundo. A partir daqui o futuro parece ser radioso como nunca foi.

O que é justo.

Jesus merece e o futebol não é ingrato: sabe tratar quem lhe quer bem.

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