Stuart Russell diz que tem más notícias para os professores, boas para os alunos e assustadoras para quem teme Estados ditatoriais

7 jul 2023, 21:07
Inteligência Artificial: poderá a criatura superar o criador e desestabilizar o mercado de trabalho?

Em causa está a maneira como a inteligência artificial pode beneficiar ou não o futuro do ensino

Smartphones e inteligência artificial podem tornar-se a combinação “mais eficaz” para um ensino de qualidade e até podem vir a substituir as salas de aula tradicionais - pelo menos isso é o que defende um dos mais reconhecidos especialistas de inteligência artificial (IA) do mundo, Stuart Russell, professor na Universidade da Califórnia, nos EUA. Mas Stuart Russell deixa também um alerta: esta poderosa tecnologia pode vir a facilitar a doutrinação dos alunos, podendo ser até usado por Estados ditatoriais para incrementar as suas ideologias, escreve o Guardian.

"Deverá ser possível dentro de alguns anos, talvez até ao final desta década, proporcionar uma educação de qualidade bastante elevada a todas as crianças do mundo. Isso é potencialmente transformador", disse Russell esta sexta-feira, antes de uma palestra na Cimeira Global AI for Good da ONU, em Genebra, Suíça, citado pelo Guardian.

Esta possível mudança pode suscitar “receios razoáveis” entre os professores e sindicatos desta profissão, visto que "menos professores vão ter emprego - possivelmente mesmo nenhum", disse Russell, citado pelo Guardian.

Além dos riscos para os docentes, este software pode ser utilizado por regimes autoritários. "Estou certo de que o governo chinês espera que [a tecnologia] seja mais eficaz na inculcação de lealdade ao Estado", afirma. Mais: mostra também receio que o sistema possa ensinar uma criança a "fabricar uma arma biológica"

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