Cruel, implacável e com pouca consideração pela vida humana. Quem é Sergei Surovikin, o novo general que comanda as forças russas na Ucrânia?

13 out 2022, 16:15
Sergei Surovikin e Vladimir Putin (AP Photo)

Cruel, violento e com pouca valorização pela vida humana. Quem é o novo general no comando das forças russas na Ucrânia? 

Corrupto, violento e com pouca valorização pela vida humana. Quem é Sergei Surovikin, o novo general no comando das forças russas na Ucrânia? 

Sergei Surovikin atacou ou mandou atacar escolas, hospitais, casas e ruas de forma totalmente indiscriminada. Foi devido ao rasto de brutalidade que deixou em cada um dos sítios por onde passou que ganhou destaque internacionalmente. E está a repetir a fórmula na Ucrânia

No fim de semana, a Rússia anunciou que tinha nomeado um novo comandante geral das forças militares na Ucrânia. Chama-se Sergei Surovikin, tem 56 anos, é um veterano da guerra civil no Tajiquistão na década de 1990, da segunda guerra na Chechênia e da intervenção russa na Síria lançada em 2015.

Sergei atacou ou mandou atacar escolas, hospitais, casas e ruas de forma totalmente indiscriminada. Foi devido ao rasto de brutalidade que deixou em cada um dos sítios por onde passou que se tornou conhecido. E está a repetir a fórmula na Ucrânia. Ainda não é certo se a explosão na Ponte da Crimeia vai mudar o rumo deste conflito, mas não há dúvidas de que Sergei foi 'contratado' para dar a volta aos maus resultados dos russos no campo de batalha. 

Quando o Ministério da Defesa da Rússia anunciou o nome do novo comandante, Max Seddon, chefe da delegação moscovita do jornal Financial Times, escreveu no Twitter que Surovikin é conhecido por ser "corrupto e brutalmente violento". Mesmo para os padrões do exército russo.

É também conhecido como "General Armagedão" nos meios de comunicação social pró-Kremlin e o seu nome consta num relatório realizado em 2020 pela Human Rights Watch, no qual é dito que a "defesa" dos interesses russos na Síria envolveu dezenas de ataques aéreos e terrestres a objetos e infraestrutura civis como "casas, escolas, instalações de saúde e mercados - lugares onde as pessoas vivem, trabalham e estudam". Chegou mesmo a ser acusado de levar a cabo ataques químicos.

Um ex-funcionário do Ministério da Defesa russa que trabalhou de perto com Surovikin disse ao The Guardian: "Não estou surpreendido com o que aconteceu em Kiev. Ele é absolutamente implacável, com pouca consideração pela vida humana. Temo que as suas mãos fiquem completamente cobertas de sangue ucraniano." 

Ao mesmo jornal, Gleb Irisov, ex-tenente da Força Aérea russa, disse que Surovikin era uma dos poucos militares do Exército capaz de "supervisionar e otimizar diferentes ramos". "Ele é muito cruel, mas também é competente. Mas sozinho não será capaz de resolver todos os problemas. A Rússia está com falta de armas e de recursos humanos", acrescentou.

Muitos ucranianos têm agora medo que, ao comando de Sergei Surovikin, as forças russas façam o mesmo que fizeram na Síria para sustentar o governo de Bashar al-Assad. Por ter sido bem sucedido nessa missão, Vladimir Putin concedeu-lhe a medalha de Herói da Federação Russa - a mais alta condecoração do país. 

Sergei Surovikin, então comandante das forças russas na Síria, durante um briefing de 2017 no Ministério da Defesa da Rússia. (Pavel Golovkin/AP Photo)

O Ministério da Defesa do Reino Unido também já tinha revelado que a carreira de Surovikin "foi perseguida com alegações de corrupção e brutalidade". Em fevereiro deste ano, foi um dos nomes que se juntou à lista de sanções da União Europeia. 

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