«Receita» de Roterdão seduz Figo

27 mar 2001, 20:28

«Temos de ser muito compactos» Tentar repetir a estratégia seguida na vitória sobre a Holanda, em Outubro passado. Este é, para Figo, o melhor caminho a seguir no encontro das Antas: «Temos de ser compactos, com a equipa muito junta. É bom não estarmos tão pressionados como eles». Quanto aos duelos com velhos conhecidos (De Boer, Reiziger, Cocu...), uma certeza: «Estamos em igualdade, tudo vai depender da inspiração».

Reeditar a estratégia e, se possível, o resultado de Roterdão. É esta, em síntese, a expectativa de Luís Figo para o jogo de quarta-feira, frente à Holanda. «Há duas vertentes a ter em consideração. Se pensarmos em jogar como em Roterdão, estaremos mais juntos e compactos. Assim, daremos menos espaços ao adversário, ms também teremos mais metros a separar-nos da baliza. Se, pelo contrário, pressionarmos mais à frente, teremos mais tempo de posse de bola, mas também daremos mais espaços a jogadores extremamente rápidos e perigosos» referiu o número 7 das quinas. 

Sem pretender substituir-se a António Oliveira, o jogador do Real Madrid deixou implícita uma preferência: «Se, no grupo, estivéssemos na situação inversa teríamos muito mais pressão. Assim, embora tenhamos a obrigação de ganhar, como sempre que jogamos em casa, penso que temos de ser muito compactos». 

Uma equipa à imagem de Roterdão, atirando a pressão para o adversário? A julgar pelas váriqas declarações dos últimos dias esse cenário parece do agrado geral, mas a repetição do desfecho está longe de ser uma segurança, como o próprio Figo atesta: «Os nossos golos, lá, nasceram de dois erros defensivos da Holanda, que não devem repetir-se. Por outro lado, Van Gaal deve estar certo de que lhe vamos colocar muitos problemas. Por isso, como a mentalidade holandesa passa sempre pela vitória e o ataque, acredito que vamos ser muito pressionados na saída da bola, logo após a recuperação defensiva», acrescenta.  

O diagnóstico é preciso, independentemente do sistema apresentado pelo adversário: «Eles devem apresentar três avançados e três homenos no meio. Eventualmente poderão colocar dois pontas-de-lança de início, embora não acredite muito nisso. Mas de qualquer forma serão coerentes com a escola holandesa e com a filosofia ganhadora do seu treinador», acrescenta o ex-pupilo de Van Gaal. «Nesse sentido, não estarmos tão pressionados para ganhar como eles é bom», constata o português. 

Acerca da perspectiva de duelos sistemáticos com ex-colegas de equipa (Cocu, Reiziger e Frank de Boer devem andar pelas suas paragens, já para não falar em Kluivert, no outro lado do campo), Figo é pragmático: «No futebol actual já não há marcações individuais, mas é certo que vou ter muitos duelos com eles. À partida, isso não é benéfico nem prejudicial. Eles conhecem-me bem, é verdade, mas eu também sei como eles defendem. Estamos em igualdade, por isso tudo vai depender da inspiração», conclui aquele que no treino desta terça-feira foi um dos mais inspirados jogadores portugueses. 

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