Carta da Rússia a pedir explicações a Portugal "está a ser analisada e merecerá naturalmente resposta": MNE explica

Agência Lusa , NM
3 fev 2022, 19:37
Augusto Santos Silva

Rússia quer os Estados-membros da NATO e da OSCE se pronunciem individualmente sobre a crise na fronteira ucraniana. Os documentos enviados foram assinados pelo ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov

O Ministério dos Negócios Estrangeiros está a analisar e vai responder à carta enviada pela Rússia aos Estados-membros da NATO e da OSCE em que pede que se pronunciem individualmente sobre a crise na Ucrânia, revelou esta quinta-feira fonte oficial.

“Recebemos” essa carta, que “está a ser analisada e merecerá, naturalmente, resposta”, disse fonte oficial do gabinete do Ministro dos Negócios Estrangeiros, questionado pela Lusa sobre se tinha recebido e já havia resposta à carta de Moscovo.

O ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, enviou cartas aos Estados-membros da NATO e da OSCE a pedir que divulguem o que pensam sobre a crise na Ucrânia, independentemente da posição das duas organizações.

A informação do envio das cartas de Moscovo foi dada pelo embaixador russo em Madrid, Yuri Korchagin, que afirmou que, embora fazendo parte destas organizações, esses países também têm obrigações a cumprir nas suas relações bilaterais com a Rússia.

“Tudo o que foi assinado deve ser respeitado”, disse o embaixador da Rússia em Madrid numa conferência de imprensa, citado pela agência de notícias espanhola EFE. Por esta razão, a Rússia espera uma resposta de cada um deles sem demora, disse.

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) tem 30 membros e a OSCE 57. Portugal e Espanha integram as duas organizações, bem como a maioria dos Estados-membros da União Europeia (UE).

Korchagin reafirmou a posição de Moscovo de que a Rússia não pretende invadir a Ucrânia, como afirmam as autoridades ucranianas e os seus aliados ocidentais.

Disse que os cerca de 100.000 militares que a NATO afirma que o exército russo mobilizou estão a “centenas de quilómetros” da Ucrânia e nos seus locais habituais de operação.

O contexto da crise é um “interesse económico, comercial” dos Estados Unidos para vender gás liquefeito à Europa, em vez do seu fornecimento pela Rússia, acrescentou o diplomata russo.

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