São vários os jogadores com nomes de vedetas do futebol a atuar na Liga portuguesa. Uns foram baptizados pelos pais, outros por colegas de equipa
Em 1996 havia poucos avançados que pudessem rivalizar com Romário. Depois de uma passagem curta mas intensa pelo Barcelona e do título mundial pelo Brasil em 1994, o «Baixinho» tinha uma legião de fãs. Por essa altura, no dia de Natal de 1996, nascia Romário Baldé«O meu pai gostava muito do avançado brasileiro. Seguia todos os jogos dele e era um verdadeiro ídolo», diz ao Maisfutebol
O goleador brasileiro nunca foi um ídolo para o avançado de 18 anos, até porque, diz, nunca o viu jogar. No entanto, na adolescência não evitou comparações. «No Benfica brincavam comigo e diziam que tinha de chutar mais de bico, como ele [risos]. Não senti qualquer problema devido ao nome, mas essa brincadeira foi acontecendo naturalmente.»
O pai de Romário Baldé era fã do «Baixinho». «No Benfica diziam-me que tinha de chutar mais de bico»
No campeonato português
Yazalde
«O meu pai [Jaime Graça] foi jogador e queria que eu também fosse futebolista. E queria meter-me o nome de um jogador. Se tinha de ser Yazalde? Já não me lembro quais, mas sei que ele tinha vários nomes em cima da mesa e que eram todos de avançados, que era a posição onde também queria que eu jogasse», conta ao Maisfutebol
Há pouco mais de 20 anos,
Bem, mais ou menos de craque: «O nome ficou assim porque o meu pai gosta muito de inventar», confessa bem-disposto sobre o progenitor, que jogou futebol nos escalões de formação do Atlético Paranaense. «Ele era muito fã do Lineker. Artilheiro, nunca tomou cartões vermelhos, e a minha mãe também não se opôs», acrescenta o extremo do Marítimo, que não se considera parecido ao antigo ponta-de-lança inglês. «Ele era mais fixo e eu sou mais móvel, mais explosivo.»
Lynneeker não é o único jogador do Marítimo com o nome de uma antiga vedeta do futebol. Há ainda um Romário e um Patrick Vieira. Neste último caso, pelo menos, tratou-se de uma coincidência, até porque quando nasceu (1991) o antigo médio francês ainda era um adolescente.
Espalhados pela Liga há ainda dois Cafús (V. Guimarães) e um Kaká, central do Tondela e mais velho do que o compatriota brasileiro que passou por clubes como o Milan e o Real Madrid.
Judilson
E Ricardo José Vaz Alves Monteiro.
Ora, convém explicar a quem não sabe que Alberto Tarantini não foi um jogador qualquer. Era o defesa esquerdo da seleção da Argentina no Mundial de 1978, prova que foi ganha precisamente pela alviceleste
Tarantini, capitão do Rio Ave, recebeu a alcunha nos tempos do Sp. Covilhã: «Até a minha esposa me chama Tarantini. Adoro», disse em tempos ao Maisfutebol
Se mergulharmos pelos escalões inferiores do futebol portugueses é possível constituir uma equipa com nomes de referências do futebol mundial para todas as posições. Só no antigo Campeonato Nacional de Seniores, agora rebaptizado com o nome de Campeonato de Portugal, há mais Romários, um Capello, um Peruzzi, um Ballack e um Rooney. Ah! E até um Messi, na AD Sanjoanense.
Não tão longe, na II Liga
E um Materazzi
Quem costuma assistir aos jogos do Olhanense, diz que o Materazzi português até nem é parecido ao original no estilo de jogo: «Joga bem limpo», atestam. Ele confirma: «Eu distingo-me pela capacidade de leitura de jogo. Ele era mais por ser impetuoso e agressivo. Quem não me conhece, deve achar que só devo dar porrada [pudera!], mas não me identifico com ele», diz com boa disposição.
Na Madeira mora um tributo vivo
O nome escolhido, com a bênção de quem lhe deu à luz, acabou por nascer de um exercício entre Wolfgang Overath e Paul Breitner, figuras importantíssimas na caminhada da República Federal Alemã rumo ao título mundial conquistado em 1974. «Acho-me mais parecido com o Breitner. No Mundial de 2014, o Breitner esteve em São Paulo. Chegaram a falhar-lhe de mim e ele ficou interessado em conhecer-me, mas na altura não foi possível», disse ainda ao nosso jornal o jogador do União da Madeira que tem um irmão chamado… Prosinecki.