A Associação Ateísta Portuguesa acusa os bispos portugueses de exercerem «pressões indevidas» e pede adiamento da visita do Papa
Numa carta enviada ao presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, D. Jorge Ortiga, a Associação Ateísta Portuguesa (AAP) manifestou o desejo do adiamento da visita de Bento XVI a Portugal e acusou os bispos portugueses de pressionarem o Governo.Segundo a Associação, os factos «pouco abonatórios para a reputação do pontífice, desaconselhariam a vinda, até cabal esclarecimento do seu comprometimento». Referem também que a dificuldade financeira do País devia «merecer do Vaticano ponderação suficiente para não as agravar».
Na carta tecem ainda uma crítica aos bispos portugueses, por estarem a «pressionar» o Governo para que seja concedida tolerância de ponto nos dias da visita de Bento XVI. Demonstram também o descontentamento com o facto de «o carácter laico do Estado português» estar a ser posto em causa devido a «pressões indevidas sobre os órgãos da soberania».
Relativamente à visita do Papa a Portugal, nos dias 11, 12, 13 e 14 de Maio, pode ler-se na missiva: «Adensam-se as suspeitas de encobrimento de crimes de pedofilia por parte do actual pontífice, de ter protegido padres sob investigação e outros cuja condenação transitou em julgado, em várias nações. A própria tentativa judicial de incriminar Bento XVI, por cumplicidade, está a ser estudada por juristas de diversos países».
A AAP sublinha ainda que nada têm contra «a visita de dignitários religiosos, sejam de que religião forem".
