Guerra na Ucrânia: ONU tem informações da existência de valas comuns em Mariupol

CNN Portugal , HCL, PF
25 mar 2022, 11:22

Aviso da ONU surge num momento em que a sua agência dedicada ao apoio a refugiados garante que há 13 milhões de pessoas que não conseguem fugir das zonas de conflito da Ucrânia

A líder da missão da ONU para os direitos humanos na Ucrânia, Matilda Bogner, afirma que há "cada vez mais informações" acerca da existência de valas comuns na cidade de Mariupol, incluindo uma que aparenta ter 200 corpos. Citada pela Reuters, Bogner afirmou esta sexta-feira também o número de mortes resultantes do conflito supera os 1.035 que as Nações Unidas avançaram oficialmente na quinta-feira.

As declarações da líder da missão no país invadido pela Rússia surgem num momento em que Agência das Nações Unidas para os Refugiados garante que há 13 milhões de civis que não estão a conseguir fugir das zonas de conflito na Ucrânia, devido a fatores como a destruição de estradas e a falta de informação.

As pessoas não conseguem fugir devido à destruição de estradas e à falta de informação de para onde se devem dirigir para encontrar ajuda e segurança", afirmou a representante da agência na Ucrânia, Karolina Lindholm.

Também esta sexta-feira, a ONU reiterou que que o nível de vítimas e destruição no país aponta para a ocorrência de crimes de guerra. Segundo a agência Reuters e a agência EFE, a direção de Direitos Humanos da ONU tem casos documentados de desaparecimentos forçados de alguns representantes políticos ucranianos, sendo que alguns foram alegadamente raptados.

Numa reunião durante a noite de quinta-feira, a Assembleia Geral da ONU voltou, pela segunda vez, a condenar por uma esmagadora maioria o ataque da Rússia à Ucrânia, criticando Moscovo por criar uma situação humanitária "terrível" e exigindo que a população civil possa ter acesso a ajuda e proteção.

Esta resolução, apresentada pela Ucrânia e 90 países aliados, foi aprovada com 140 votos a favor - cerca de três quartos dos países que participaram na votação. Contudo, a  votação dividiu ao meio os países-membros da CPLP, com uma vantagem mínima para o lado pró-ucraniano.

Dos países da comunidade lusófona, só Portugal, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Timor Leste e Brasil votaram a favor da resolução que condena Moscovo. Entre o total de 38 países que se abstiveram, contam-se também quatro membros da CPLP: Angola, Moçambique, Guiné Bissau e Guiné Equatorial. 

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