Marcelo sobre diretas no PSD: partido "sabe escolher e irá escolher bem"

Agência Lusa , CF
28 mai 2022, 14:57

Presidente da República rejeitou "dar qualquer opinião" sobre as eleições internas do PSD, dizendo que "quanto mais forte for a oposição, maior a exigência ao Governo"

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, defendeu este sábado que “quanto mais forte for a oposição, maior a exigência ao Governo”, considerando que o PSD é um “partido muito importante” e “irá escolher bem” o seu novo líder.

Durante uma visita ao Banco Alimentar contra a Fome, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa foi questionado pelos jornalistas sobre o seu desejo para as eleições internas do PSD, partido de que foi presidente, tendo a sua militância suspensa desde que assumiu as funções de Presidente da República.

“O desejo é aquilo que tenho dito várias vezes. Quanto mais fortes forem os partidos, na área do Governo como na oposição, melhor para a democracia. Quanto mais forte for a oposição, maior a exigência ao Governo”, começou por responder.

O chefe de Estado voltou a recorrer a uma comparação que já tem utilizado.

“Aquilo que pode existir de pior é - eu até tenho feito a comparação - haver uma turma em que há um aluno muito bom e outros alunos menos bons. Não é que sejam menos bons, mas que aparecem como não competindo. Normalmente o aluno mais competitivo e que tem melhores resultados desce o nível de exigência”, avisou.

Minutos antes, Marcelo Rebelo de Sousa já tinha sido questionado sobre as eleições internas do PSD, sobre as quais disse não querer “dar qualquer opinião”, afirmando que “é um partido muito importante e sabe escolher e irá escolher bem” o sucessor de Rui Rio.

O antigo líder parlamentar do PSD Luís Montenegro e o antigo vice-presidente Jorge Moreira da Silva disputam este sábado a presidência do partido em eleições diretas, em que podem votar mais de 44 mil militantes.

De acordo com o site do PSD, o universo eleitoral para as 11.ªs eleições diretas do partido ronda os 44.300 militantes, aqueles que têm as quotas em dia para poder votar e que irão escolher o 19.º presidente do partido.

A eleição decorre em todo o país entre as 14:00 e as 20:00 e, a partir do fecho das urnas, a secretaria-geral do PSD irá disponibilizar a evolução dos resultados das eleições em tempo real no site https://resultados.psd.pt, assim como o histórico das eleições anteriores.

O Orçamento do Estado e o fim da crise política

À margem da mesma visita ao Banco Alimentar em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa foi questionado pelos jornalistas sobre a aprovação do Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) na sexta-feira e se concordava com o primeiro-ministro, António Costa, que defendeu que com esta viabilização “o país virou a página da crise política”.

O Presidente da República considerou que, apesar da maioria absoluta, há “alguma continuidade” no diálogo do Governo socialista com os outros partidos, defendendo que, com a aprovação do Orçamento do Estado, o que motivou a crise fica ultrapassado.

“Sim. Precisamente o objetivo do arranque desta legislatura e da aprovação rápida do orçamento é ter o orçamento a ser aplicado e, portanto, aquilo que motivou a crise política ficar ultrapassado”, concordou.

Questionado sobre se o número de propostas de alteração dos partidos da oposição aprovadas significa que o Governo de António Costa é ou não dialogante, o Presidente da República referiu que “houve 140 propostas que foram aceites, uma parte pelo partido do Governo, mas muitas outras de outros partidos”.

“O que significa que há alguma continuidade, apesar da maioria absoluta, entre a fase em que havia uma negociação sobre tudo e a fase em que há uma negociação parcial”, considerou.

Na sexta-feira, o Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) foi aprovado em votação final global no parlamento, com os votos a favor do PS e as abstenções dos deputados do PSD da Madeira e dos deputados únicos do PAN e Livre.

À saída do parlamento, o primeiro-ministro afirmou que com esta aprovação o país virou a página da crise política e defendeu que esse era um passo que os portugueses aguardavam.

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