Pedro Nuno Santos é o claro preferido dentro do PS. Saiba aqui quem apoia quem na sucessão de Costa

14 nov 2023, 07:00
Pedro Nuno Santos apresenta candidatura à liderança do Partido Socialista (José Sena Goulão/ Lusa)

Com dois candidatos perfilados, parece não haver, internamente, grandes dúvidas quanto a quem deve ser o sucessor. Ainda assim, fica sempre a ressalva: muito pode mudar até à eleição do novo secretário-geral do PS em meados de dezembro

Dentro do Partido Socialista (PS), a balança pende sobretudo para um lado: o de Pedro Nuno Santos. Os responsáveis das federações do partido, deputados e militantes ouvidos pela CNN Portugal apontam Pedro Nuno Santos como o mais bem “colocado” e “preparado” para a liderança interna e do país.

E descartam que exista uma divisão entre as alas liberais e radicais do PS. O confronto, descrevem, é outro: entre os que defendem a continuidade, seguindo o legado de António Costa, personalizado entre José Luís Carneiro; e os que insistem na rutura, num novo ciclo, diferente de Costa, personalizado em Pedro Nuno Santos.

“Pelo que sei, neste momento, Pedro Nuno Santos tem o apoio garantido de pelo menos 17 federações. É essa a inclinação maioritária”, descreveu à CNN Portugal um socialista próximo do ex-ministro das Infraestruturas, antes da apresentação de candidatura do candidato que apoia. Existem 21 federações no PS. A maior resistência estará nas federações de Bragança e da Madeira – um cenário confirmado por vários militantes.Nos Açores, Setúbal e Oeste, os líderes das federações deverão optar pela neutralidade, embora as bases pendam para Pedro Nuno Santos.

O apoio tornou-se visível numa sala cheia no Largo do Rato durante a apresentação de candidatura de Pedro Nuno Santos. Estiveram presentes, por exemplo, os presidentes das federações do PS do Algarve (Luís Graça), Aveiro (Jorge Sequeira), Braga (Frederico Castro), Castelo Branco (Vítor Pereira), Leiria (Walter Chicharro) ou Viseu (José Rui Cruz).

A eles juntaram-se deputados como Miguel Matos Costa, Maria Begonha, Isabel Moreira, Pedro Delgado Alves ou Carlos Pereira. Presente esteve também o ministro da Educação João Costa, o ex-ministro Eduardo Cabrita ou a ex-eurodeputada Ana Gomes.

Pedro Nuno Santos teve sala cheia para a apresentação da candidatura (Lusa)

Mapa de apoios

Em Lisboa, uma das federações mais importantes para os socialistas, o alinhamento é com Pedro Nuno Santos. Isto porque a federação é liderada por Duarte Cordeiro, um dos nomes mais próximos do ex-ministro, apoiante de uma abordagem mais à esquerda.

Em Setúbal, apesar da forte influência de Ana Catarina Mendes e António Mendonça Mendes, que deverão manter uma postura neutra, a indicação que existe é de que as bases apoiarão Pedro Nuno Santos.

Cenário idêntico no Porto, onde, apesar da forte influência de Carneiro junto das autarquias – foi autarca de Baião -, os socialistas também dão primazia a Pedro Nuno Santos.

Em Leiria, Santarém e Portalegre, os líderes das federações demonstraram publicamente o seu apoio a Pedro Nuno Santos, embora ressalvem que cada militante tem liberdade de voto na hora de escolher o próximo secretário-geral do PS.

Embora se reveja “nas duas formas de fazer política”, Walter Chicharro, presidente da federação de Leiria, confirma que Pedro Nuno Santos é “a melhor solução para o PS e para o país”. E confessa que, a nível nacional, entre os socialistas, se consolida a “noção de que penderá para Pedro Nuno Santos”.

“Também tenho essa perceção. Mas, mais do que isso, tenho essa expectativa. O PS precisa de uma liderança com força, que introduza um rejuvenescimento na estrutura”, junta Luís Testa, presidente da federação de Portalegre à CNN Portugal. E garante: “a generalidade, à exceção de um ou outro presidente de federação, estará com Pedro Nuno Santos. Uma coisa sei: tem vantagem clara em todos os distritos”.

Em Aveiro, terra natal de Pedro Nuno Santos, a influência do ex-ministro é notória. E do distrito de Braga têm surgido várias manifestações de apoio a Pedro Nuno Santos, incluindo do presidente da federação Frederico Castro - mesmo que José Luís Carneiro aí aposte em força, já que foi cabeça de lista por este distrito nas últimas legislativas.

Na Madeira, diz um socialista ouvido pela CNN Portugal, a divisão é notória. Porque a atual direção está alinhada com a visão para o partido cultivada por José Luís Carneiro.

“Há uma parte da ala segurista que apoia José Luís Carneiro. São pessoas soltas. Lembro-me de nomes como Ricardo Bexiga, Luís Parreirão, Alberto Souto”, diz uma antiga deputada. Outros nomes como Maria da Luz Rosinha, Berta Nunes (líder da federação de Bragança) e Pedro Cegonho são também referidos como aliados do ministro da Administração Interna. Da lista fazem também parte Miguel Coelho, Manuel Machado, António Lacerda Sales, Luís Capoulas Santos, Carlos Zorrinho, Paulo Cafôfo, Jamila Madeira, Jorge Lacão ou Susana Amador.

José Luís Carneiro apresentou a candidatura no sábado, com menos euforia (Lusa)

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