Sabia que pode estar a consumir mais proteína do que realmente precisa?

29 out 2023, 12:00
Comer um pequeno-almoço rico em proteínas é uma boa forma de controlar a fome ao longo do dia. Os ovos estão cheios de colina, um nutriente que ajuda a impedir que a gordura seja absorvida pelo fígado. A colina também pode ajudar a prevenir a perda de memória

Catarina Oliveira, nutricionista, explica, em declarações à CNN Portugal, os benefícios e malefícios associados ao consumo diário de proteína. Isto depois do último inquérito nacional de nutrição e de atividade física ter indicado que os portugueses consomem mais proteína do que o necessário

Leia cinco tópicos essenciais sobre a ingestão de proteínas:

Mas afinal quanta proteína deve consumir por dia

A resposta vai depender da idade e condição de cada pessoa. Catarina Oliveira recomenda que um adulto saudável consuma cerca de 0,8 gramas de proteína por quilo de peso corporal, caso pratique exercício físico o valor sobe para 1,2 gramas por quilo de maneira a evitar a perda de massa muscular, até um limite máximo de duas gramas de proteína por quilo. Se um adulto pesar cerca de 70 quilos, deve consumir pelo menos 56 gramas de proteína, se o seu objetivo for o ganho de massa muscular aumente a quantidade de proteína para as 84 gramas.  

Por outro lado, os idosos devem consumir cerca de uma grama de proteína por quilo corporal. A especialista recomenda que os idosos consumam a proteína diária necessária de forma “a prevenir a fragilidade que advêm da idade”, alertando para o descuido do consumo deste nutriente que muitas vezes não é consumido devido às “refeições mais rápidas, falta de tempo para cozinhar ou dificuldade em mastigar”.  

A quantidade de proteína que deve consumir depende da idade e do seu objetivo, o importante é lembrar-se sempre dos benefícios para a sua saúde e bem-estar ao consumi-la.  

Sinta-se bem, coma proteína  

As proteínas são um nutriente necessário para o bem-estar do corpo humano, sendo fundamental para o crescimento e manutenção dos tecidos, explica a nutricionista. É essencial, garante, na formação de enzimas, anticorpos e hormônios, contribuindo para o adequado funcionamento do sistema imunológico. Ou seja, ajuda a proteger o seu sistema de defesa que é capaz de distinguir as células boas das más, lê-se no artigo publicado pela faculdade de Ciências da Saúde.  

Este nutriente permite ainda fortalecer “a função metabólica, estrutural, funcional e hormonal, contribuindo para o fortalecimento do sistema imunitário”, pode ler-se. 

Catarina Oliveira recomenda que consuma proteínas de origem animal como as carnes, privilegiando as carnes magras, o pescado e os ovos. Apontando também para o queijo, o leite e o iogurte como forte fonte de proteína. Se optar pelas proteínas vegetais lembre-se de comer “leguminosas, como o grão, o feijão, as favas e as lentilhas”. Também é possível encontrar proteína de origem vegetal – em menor quantidade – “nos frutos gordos, como a amêndoa e o caju.” 

Mais proteína que legumes 

É possível ler no último Inquérito Nacional de Nutrição e de Atividade Física que os portugueses consomem mais proteína do que realmente precisam. Estima-se que os portugueses adultos consumam cerca de 129 gramas de carne e 44 gramas de pescado, mais de metade (53%) tem o consumo inferior a 400 gramas de hortofrutícolas, conforme mostra o estudo. 

Pode ler-se também no site da Direção Geral da Saúde (DGS), que o “consumo de carne, pescado e ovos encontra-se acima dos valores recomendados”. O consumo excessivo de proteína, especialmente de fonte animal, pode estar associado a doenças cardiovasculares, do foro renal ou agravar patologias.  

O excesso de proteína pode ser prejudicial?  

Sim. Comer muita proteína pode causar-lhe problemas. Por exemplo, se a sua dieta for rica em proteínas pode ter um risco mais elevado de pedra nos rins, comer bastante carne vermelha e quantidades elevadas de gordura saturada podem levar a uma doença cardíaca e a cancro no cólon, pode ler-se no artigo publicado em Harvard Health

A nutricionista explica que o “excesso de proteína pode ser preocupante para pessoas que tenham algum problema renal ou outras patologias” podendo mesmo agravar alguns casos clínicos. 

Apesar do cenário negativo, se for completamente saudável dificilmente o excesso de proteína poderá causar-lhe algum transtorno à saúde. É necessário que coma "quantidades muito elevadas de proteína" para que isso possa seriamente prejudicar a sua saúde, explica a especialista. 

A primeira refeição dos mais novos 

No que toca às crianças, a nutricionista diz que as “quantidades necessárias são mais pequenas” e, é, por isso, mais fácil “ultrapassar as doses recomendadas”.  

A idade pré-escolar é um período sensível, além dos primeiros anos de vida, onde o consumo em excesso de proteína pode provocar o aumento de massa gorda e, até mesmo, causar obesidade infantil, segundo indica estudo da Faculdade de Ciências da Saúde. Além disso, é importante estar atento a doenças cardiovasculares ou diabetes que podem ser também causadas pelo excesso de proteína, remata a nutricionista.  

O estudo mostra que crianças obesas tem maior probabilidade de serem adultos obesos afetando a qualidade de vida da criança como por exemplo, a sua saúde e o seu desempenho escolar. 

A alimentação durante a infância deve ser por isso equilibrada, variada e saudável. A nutricionista, pede que opte pelas carnes, ovos e leguminosas.  

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