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Portugal cresceu? Oposição discorda e critica

14 nov 2007, 19:21

Luís Filipe Menezes discorda de José Sócrates e diz que o país «estagnou»

O líder do PSD, Luís Filipe Menezes, contrariou o optimismo do primeiro-ministro quanto às expectativas de crescimento económico este ano, afirmando que «estagnou» e que Portugal continua a divergir da média europeia, informa a agência Lusa.

«As declarações do primeiro-ministro nada têm a ver com a realidade», acusou, referindo-se aos dados apresentado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). «Apontam para um crescimento zero» no terceiro trimestre do ano relativamente ao segundo trimestre e o «crescimento homólogo faz divergir o país 0,8 pontos percentuais em relação à média da zona euro».

O líder do PSD aconselhou o primeiro-ministro, José Sócrates, a «começar a governar e a dedicar-se ao país depois da presidência europeia», no final do ano, assumindo «a responsabilidade da maioria absoluta que tem e da paz institucional que lhe é assegurada pelo Presidente da República».

Recorde-se que José Sócrates disse hoje que os dados dos primeiros nove meses do ano indiciam que Portugal pode crescer em 2007 mais do que previsto pelo Governo e chegar a dois por cento. O Governo prevê que a economia portuguesa cresça 1,8 por cento este ano e que o ritmo de expansão acelere para 2,2 por cento em 2008.

Reacção do CDS-PP


O CDS-PP, a propósito acusou o Governo de ter feito mais «uma operação de marketing político» com os números do crescimento económico, salientando que este indicador desacelerou no terceiro trimestre do ano. «Hoje assistiu-se a mais uma operação de marketing político deste Governo. Como os números do terceiro trimestre demonstram que o crescimento desacelerou, a estratégia foi apresentar os resultados dos três trimestres juntos», criticou o líder parlamentar, Diogo Feio, em declarações à Lusa.

«É um novo ciclo na comunicação do Governo», criticou, sublinhando que «o crescimento da economia se deve às empresas, à sua capacidade de produzirem». «Bem melhor seria que o Governo criasse condições para que a economia crescesse de facto, que o investimento estrangeiro em Portugal aumentasse de forma consolidada», apelou.

Reacção do PCP


O deputado do PCP Honório Novo destacou que as previsões do crescimento económico de Portugal indicam uma «desaceleração contínua» e criticou o primeiro-ministro por ignorar o «empobrecimento do país».

«As previsões podem estar em linha com o previsto pelo Governo mas a desaceleração contínua faz crer que se confirme um nível de crescimento inferior ao previsto no Orçamento do Estado para 2008», assinalou, acrescentando: «Seja qual for o crescimento económico, Portugal vai continuar a divergir da média comunitária o que é absolutamente alarmante porque representa o empobrecimento do país».

Reacção do Bloco


O deputado do Bloco de Esquerda João Semedo criticou «o optimismo» do primeiro-ministro sobre o crescimento económico, frisando que houve «uma grande desaceleração» e que se mantém a divergência com a União Europeia:

«Os dados revelam um abrandamento do crescimento económico no terceiro trimestre do ano. Só seria de admitir o grande optimismo do primeiro-ministro se não se verificasse esta grande desaceleração».

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