"É assustador" o que Passos anda a fazer; não brinquem com Costa; Montenegro comete "erro" se não quiser acordo com o PS para um Retificativo: Pedro Nuno, a entrevista

8 abr, 23:41

O PS só têm margem para o orçamento retificativo, no resto vai ser "oposição responsável": Pedro Nuno Santos deu à CNN Portugal e à TVI a primeira entrevista como líder da oposição - é um guia para antever os próximos meses do país

Um aviso a Montenegro: chumbar retificativo seria “um erro”

A entrevista de Pedro Nuno Santos à TVI e CNN Portugal começou com um aviso a Luís Montenegro: seria “um erro” não aprovar um orçamento retificativo com “matérias onde há um consenso alargado”, como a valorização das carreiras dos funcionários públicos. Para o secretário-geral do PS, medidas como estas não devem ser usadas “para fazer chantagem com a oposição” no Orçamento do Estado de 2025. Esse documento, concretizou, está longe de poder contar com a luz verde socialista, porque representa “uma visão para o país”. “Não peçam ao PS para ser o suporte de um governo que prometeu ao país mudar as políticas sociais. É incompreensível, não é correto nem é justo”, insistiu.

Uma crítica à justiça: Costa já deveria ter sido ouvido

Pedro Nuno Santos está de acordo com o ex-presidente da Assembleia da República: António Costa já deveria ter sido ouvido pela justiça no âmbito da Operação Influencer. Até porque este caso, classificou, “não é um caso qualquer” nem “uma brincadeira”. Sobre um novo pacote de medidas para o combate à corrupção, Pedro Nuno Santos mostrou-se disposto a aceitar o repto de Luís Montenegro, desde que  “sem populismos, sem desrespeitar a Constituição”. Pela nova liderança do PS, mal seja possível, António Costa terá a passadeira estendida para um cargo em Bruxelas – tem-lhe sido apontada a presidência do Conselho Europeu. Para Pedro Nuno Santos, ter o antecessor num cargo europeu seria “um ganho” para a Europa, até pela forma como Costa “estimulou, de forma assertiva, uma alteração da forma como a Europa respondia às crises”. “Faremos o que estiver ao nosso alcance", postulou.

Uma crítica a Passos Coelho: está a "adotar as bandeiras" do Chega

Um dos nomes mais repetidos na entrevista à TVI e CNN Portugal foi o de Pedro Passos Coelho, que esta segunda-feira voltou a aparecer publicamente para apresentar um livro que fazia a defesa da família dita tradicional. Para Pedro Nuno Santos, é “evidente” e “assustador” como o ex-primeiro-ministro está a “adotar as bandeiras da extrema-direita”. O socialista considerou mesmo que, ao contrário das acusações feitas à esquerda, é a direita quem quer “impor uma determinada visão da sociedade e da família”.

Um aviso (e uma exigência) a Pinto Luz: sem o PS não há TAP privatizada

Foi Pedro Nuno Santos quem, outrora, tutelou as pastas das Infraestruturas e da Habitação. Elas agora estão nas mãos de Miguel Pinto Luz, a quem a vida promete ser dificultada. O PS irá chumbar uma privatização da TAP, já que o PSD defende um modelo de alienação integral. Já Pedro Nuno sempre insistiu que o Estado deveria manter o controlo estratégico. “Não sei se vai avançar ou não: têm de ter uma maioria para o aprovar”, avisou. Já sobre a localização do novo aeroporto de Lisboa, pediu uma decisão “nas próximas semanas”, embora já tenha Alcochete como “a solução mais consistente”. "Esperamos que o Governo tome a decisão rapidamente", porque “não há razão para adiar muito mais tempo” disse. Para quando? “Nas próximas semanas”.

Um aviso a André Ventura: não haverá comissão parlamentar de inquérito sobre caso das gémeas

O Chega veio pedir uma comissão parlamentar de inquérito sobre o caso das gémeas, que tiveram acesso privilegiado a um tratamento milionário no Santa Maria, com interferência da Presidência da República. Contudo, por Pedro Nuno Santos, esse tema não deve ser escrutinado desta forma na Assembleia da República, porque tal iria “desvalorizar” o trabalho do Parlamento. “Não vai acrescentar nada a este tema”, disse o socialista. Embora se tenha percebido a sua visão, não quis ser categórico sobre o bloqueio à comissão parlamentar de inquérito. “O grupo parlamentar do PS vai ter de reunir e tomar uma decisão”.

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