Pedro Nuno avisa Montenegro: seria "um erro" não aproveitar mão do PS para aprovar orçamento retificativo

8 abr, 23:09

Líder do PS diz que é “incompreensível, não é correto nem é justo” esperar que os socialistas segurem um governo com um programa oposto aos valores que defendem

O secretário-geral do PS considerou que seria “um erro” Luís Montenegro não aprovar um orçamento retificativo com medidas acordadas com o PS, incluindo a valorização das carreiras da administração pública, como professores ou forças de segurança.

Pedro Nuno Santos avisou que as “matérias onde há um consenso alargado não devem ser usadas no Orçamento do Estado [para 2025] para fazer chantagem com a oposição”.

Recorde-se que o líder do PS enviou uma carta ao novo primeiro-ministro a propor uma solução a 60 dias para os funcionários públicos. Na resposta, Montenegro advertiu que é o Governo quem define o tempo e o modo dessas negociações.

“Foi apenas a concretização do que já tínhamos dito”, clarificou Pedro Nuno Santos sobre esta iniciativa, acrescentando que, “enquanto oposição responsável”, o PS quer “fazer parte”. “Não há nenhuma razão para adiar a resolução de problemas que estão identificados”, insistiu.

Pedro Nuno Santos voltou a afastar um cenário de aprovação do Orçamento do Estado para 2025, uma vez que este momento “não é uma soma de medidas”, antes uma “visão para o país”.

“Não podem estar à espera que seja o PS a suportar essa mudança” desejada pela AD nem a “assegurar a estabilidade de um governo do qual discorda”, argumentou.
“Não peçam ao PS para ser o suporte de um governo que prometeu ao país mudar as políticas sociais. É incompreensível, não é correto nem é justo”, insistiu.

Pedro Nuno Santos lamentou que “o não é não” de Montenegro em relação ao Chega seja apenas em relação ao Orçamento do Estado, uma vez que há disponibilidade para diálogo com a extrema-direita em outras matérias, como na área da justiça. “Era aí que devia haver uma barreira”, apontou.

O secretário-geral do PS admitiu chamar à Assembleia da República, através da avocação, decretos-lei do Governo que procurem fugir ao escrutínio parlamentar: “se acharmos que há condições e que devemos travá-las”.

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