Primeiro-ministro responde que as preocupações socialistas já faziam parte do programa da AD e ainda deixa uma farpa aos anteriores governos
O primeiro-ministro aceitou o repto do secretário-geral do Partido Socialista (PS), respondendo a Pedro Nuno Santos que os dois devem agendar uma reunião "quando for oportuno", mas só depois de ouvir os setores.
O secretário-geral do PS enviou, esta segunda-feira, uma carta a Luís Montenegro a disponibilizar-se para negociar um acordo que, em 60 dias, "permita encontrar soluções", que "valorizem as carreiras e os salários" na saúde, segurança, justiça e educação. E, se necessário, materializá-lo através de orçamento retificativo.
Em resposta, o primeiro-ministro escreveu também uma carta onde acusa receção e frisa que a valorização de carreiras e salários dos trabalhadores da Administração Pública estão "inscritas nas prioridades enunciadas na campanha eleitoral" e "reafirmadas na tomada de posse".
"A disponibilidade do Partido Socialista para firmar um acordo que salvaguarde as soluções legislativas que executem essas orientações, constitui um exercício de responsabilidade política e compromisso que saúdo democraticamente", diz Luís Montenegro.
Para além de elogiar a "disponibilidade" do PS, lança uma farpa ao Governo de António Costa: "Como sabe, até pela experiência intrutífera nesse domínio dos últimos governos, tais negociações revestem-se de elevada complexidade".
Nesta carta, o primeiro-ministro promete reunir-se com Pedro Nuno Santos, mas sublinha que esse encontro só irá decorrer depois das "negociações com as organizações representativas dos trabalhadores". E acrescenta que essas negociações vão acontecer "no tempo e no modo" que o novo Governo definir.
Por fim, Luís Montenegro despede-se "com os melhores cumprimentos e estima pessoal".