“Quem é herdeiro do quê? Tenho o apoio de seis ministros e de mais de dois terços dos deputados do PS”. Pedro Nuno critica José Luís Carneiro

19 nov 2023, 16:12
Pedro Nuno Santos, candidato à liderança do PS (LUSA)

Sempre sem se referir ao nome de José Luís Carneiro, Pedro Nuno Santos insiste que as contas certas não são património de Fernando Medina, mas sim de António Costa

O candidato a secretário-geral do Partido Socialista Pedro Nuno Santos criticou este domingo o seu adversário José Luís Carneiro ao questionar o seu estatuto de herdeiro do legado de António Costa, sublinhando que conta com o apoio de seis ministro e dois terços dos deputados socialistas.

“Não sou a continuidade de nada nem de ninguém, quero continuar o caminho mas com mudanças e reformas que o país precisa. O meu adversário tem o apoio de um ministro, eu tenho o apoio de seis. Eu tenho o apoio de mais de dois terços da bancada parlamentar do PS e da esmagadora maioria das federações do PS. Portanto coloco a questão: quem é herdeiro do quê?”, questiona o socialista, à chegada da reunião com os diretores de campanha, em Coimbra.

Sempre sem se referir ao nome de José Luís Carneiro, Pedro Nuno Santos insiste que as contas certas não são património dos últimos dois anos de governo socialista, que contaram com Fernando Medina ao leme da pasta das Finanças. O antigo ministro diz que a bandeira “das contas certas” é uma “herança de dezenas de ministros setoriais”, mas, acima de tudo, é “património de António Costa”.

O deputado socialista acusou também o seu adversário de “evocar fantasmas que nunca se concretizaram”, como o risco de incumprimento de compromissos internacionais. “Nenhum desses riscos se confirmou”, destaca Pedro Nuno Santos.

"O meu foco é derrotar a direita e nada mais do que isso. Conseguirmos apresentar um projeto mobilizador, que mobilize os portugueses e o país para continuar a transformar Portugal, para que possamos viver melhor", afirmou.

Pedro Nuno Santos acusa José Luís Carneiro de se focar mais em o atacar do que em combater a direita e de querer tornar os socialistas numa muleta do PSD, em caso de vitória do PSD. "Connosco o PS não vai ser suporte nem muleta de ninguém", insiste.

O socialista abordou também as declarações de Vieira da Silva que, em declarações à TSF, disse que o PS devia ter "muito cuidado" com qualquer "tentação frentista de esquerda" de forma a preservar a sua autonomia estratégica. Pedro Nuno Santos recorda que, em 2014, estava dependente "de uma maioria absoluta ou de PSD e da direita para poder governar".

"É de estranhar que queira voltar a 2014 e, em nome da autonomia estratégia, reduzi-la e restringi-la e tornar o PS dependente da direita e do PSD para governar", frisa.

Recorde-se que a candidatura de Pedro Nuno Santos ao cargo de secretário-geral do PS afirma ter o apoio de 79 dos 120 deputados socialistas, entre os quais os vice-presidentes da bancada Porfírio Silva, Pedro Delgado Alves e Rui Lage.

Na lista de deputados apoiantes enviada à agência Lusa por fonte da candidatura do ex-ministro das Infraestruturas e da Habitação consta também a secretária nacional do PS com o pelouro da administração, Vera Braz.

Dos 41 deputados restantes fora da lista de apoiantes, de acordo com a mesma fonte, parte deles ainda não manifestou qualquer posição entre as candidaturas do antigo líder da JS e do atual ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro.

Estão nesta situação, por exemplo, o líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias, que só falará sobre a corrida interna após a aprovação final do Orçamento do Estado para 2024, no próximo dia 29, assim como os presidentes das comissões de Negócios Estrangeiros e de Defesa Nacional, respetivamente Sérgio Sousa Pinto e Marcos Perestrello.

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