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Grande organização

8 jun 2000, 23:00

8 de Junho Beto, defesa central da selecção e do Sporting, escreverá todos os dias nestas páginas durante o Euro-2000.

ERMELO, 8 DE JUNHO - Já passaram três dias desde a chegada à Holanda e todos nós, elementos da selecção, estamos muito satisfeitos com as condições de trabalho e conforto que nos aguardavam. Além de termos sido bem recebidos há uma grande organização a funcionar em pleno, e as pessoas esmeram-se em cuidados para que nada nos falte. 
 

Pessoalmente, estou a adorar esta experiência. Já vivi algumas competições importantes nos escalões de formação e nos Jogos Olímpicos, mas isto é completamente diferente. Pela responsabilidade, pela pressão, mas também pelos pormenores de uma organização necessariamente mais completa. 

O hotel é muito bom. Estamos em quartos individuais, o que por vezes é bem-vindo, porque nos permite algum isolamento. Mas o convívio saudável é a regra desta selecção e acabamos por passar a maior parte do tempo em conversa uns com os outros. Ainda bem que existe essa alegria diária no nosso relacionamento: caso contrário, depressa nos cansaríamos do estágio. 

As boas notícias que chegam de Portugal também nos reforçam o ânimo. Fiquei muito contente quando soube que o Delfim, meu companheiro no Sporting, entrou para o clube dos pais na última terça-feira. Daqui lhe envio um grande abraço, por mais esta vitória importante num ano inesquecível. 

Sou especialmente sensível à sua alegria porque também eu vivo momentos de ansiedade. Até partir para a Holanda, acompanhei de perto a gravidez da Filipa. Agora, com a distância, custa não ter notícias a toda a hora da minha filha, que vai nascer no fim do Verão. É um factor que aumenta as saudades, mas não esqueço que se estou longe é por uma boa causa. 

O relacionamento com o exterior é outro aspecto importante num estágio deste tipo. Para lá do entusiasmo de quem acompanha os nossos treinos (portugueses e holandeses), refira-se que os contactos com a Comunicação Social têm, até agora, sido positivos, sempre na base de um respeito mútuo que só pode ser benéfico.  

Quanto ao trabalho de campo, continuamos ao ritmo de duas sessões por dia, o que naturalmente nos deixa um pouco cansados. Mas todos percebemos que para chegar a segunda-feira nas melhores condições este esforço é mesmo necessário. 

Hoje foi a excepção: fizemos só um treino, contra a equipa local, de amadores e ganhámos por 11-0. Claro que a oposição era fraca e não deu para tirar grandes conclusões. Mas quem viu percebeu que nos empenhámos e levámos a sério mais esta oportunidade para fazer afinações. 

Pessoalmente as coisas correram-me bem. Fiz um bom treino e marquei o primeiro da goleada, de cabeça. Não terá grande significado, mas ajuda a fortalecer a confiança. 

A três dias do jogo com a Inglaterra, é inevitável começarmos a fazer contas de cabeça: «Jogo, não jogo?». O meu espírito é o mesmo de sempre: trabalhar bem para complicar a escolha do seleccionador e, se a sua opção não passar por mim,... continuar a trabalhar. Sou mais um para ajudar esta equipa a chegar onde todos esperamos, e essa ajuda começa na aplicação diária. 

Um abraço para os leitores do www.maisfutebol.iol.pt

e... até amanhã 

BETO

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