SIDA: tratamento cresceu em 2006

17 abr 2007, 14:04

Organização Mundial da Saúde diz que ainda há obstáculos

O acesso às terapias contra a infecção avançada do vírus da SIDA aumentou 54 por cento nos países de baixo e médio rendimento, mas ainda persistem obstáculos ao acesso universal ao tratamento, revela esta terça-feira a Organização Mundial da Saúde.

Segundo o relatório «Para um acesso universal: expandir as intervenções prioritárias ligadas ao VIH/SIDA no sector da Saúde», divulgado esta terça-feira, mais de dois milhões de pessoas infectadas recebiam tratamento em Dezembro de 2006 nos países de baixo e médio rendimento, mais 54 por cento do que os 1,3 milhões do ano anterior.

Apesar do registo de tendências positivas, dos 7,1 milhões de pessoas que se estima necessitem tratamento nestes países apenas 28 por cento estavam a recebê-lo em Dezembro de 2006.

Outros progressos significativos são apontados na África sub-sariana, onde mais de 1,3 milhões de pessoas tinham, em Dezembro 2006, acesso ao tratamento, representando uma cobertura de aproximadamente 28 por cento, quando em 2003 esse valor era de dois por cento.

A taxa de cobertura varia consoante as regiões, desde seis por cento no norte de África e no Médio Oriente até 15 por cento na Europa de Leste e na Ásia Central e 72 por cento na América Latina e nas Caraíbas.

No que se refere a preços da maior parte dos tratamentos antiretrovirais (ARV) de primeira linha nos países de baixo e médio rendimentos, os valores baixaram entre 37 e 53 por cento no período de 2003 a 2006, e entre 10 e 20 por centro entre 2005 e 2006.

O documento sublinha, porém, várias insuficiências para chegar à meta do «acesso universal a programas abrangentes de prevenção, ao tratamento, cuidados e apoio» ao VIH até 2010.

Entre essas insuficiências conta-se o facto de apenas 11 por cento das mulheres grávidas seropositivas que necessitam de medicamentos antiretrovirais para prevenir a transmissão do VIH de mãe para filho nos países de baixo e médio rendimento terem efectivamente acesso a eles.

O número de crianças que recebem tratamento aumentou em 50 por cento no ano passado, mas, refere o texto da OMS, a percentagem de base era muito baixa.

Em Dezembro de 2006, das 780 000 crianças que se estimava carecerem de tratamento apenas cerca de 115 500 (15 por cento) o receberam.

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