Fabricante suíço de relógios de luxo pagou mais de três milhões de euros por um exemplar "raro e excecional" - mas era falso

CNN , Amy Woodyatt e Oscar Holland
14 jun 2023, 09:00
Relógio OMEGA Speedmaster. Phillips

OMEGA acusa ex-funcionários de serem responsáveis pela compra do falso Speedmaster

A relojoeira suíça OMEGA diz ter sido vítima de "atividade criminosa organizada", alegando que três dos seus antigos funcionários admitiram ter trabalhado com intermediários para vender um relógio Speedmaster falso por cerca de 3,2 milhões de euros.

O relógio foi comprado pela própria OMEGA por 3,115 milhões de francos suíços - 25 vezes o preço máximo estimado pela leiloeira - num leilão da Phillips em Genebra, em novembro de 2021.

A OMEGA disse à CNN que pretendia exibir o relógio no seu museu em Bienne, na Suíça, com altos responsáveis da empresa a acreditarem que era um "relógio raro e excecional que seria absolutamente necessário para as coleções em exibição da OMEGA".

O item, de 1957, foi pensado para ser um relógio de pulso cronógrafo em aço inoxidável, com ponteiros Broad Arrow e foi descrito pela Phillips como um dos "primeiros - e mais colecionáveis - modelos Speedmaster".

 
O relógio "Frankenstein" foi vendido por mais de três milhões de euros num leilão em 2021. Phillips

No entanto, descobriu-se mais tarde que o relógio, que foi comprado com a ajuda de "intermediários", era na verdade um relógio "Frankenstein" - um relógio falso composto por "peças OMEGA maioritariamente autênticas", explicou a OMEGA.

"A OMEGA e a Phillips foram vítimas conjuntas de atividade criminosa organizada envolvendo a venda deste relógio específico em leilão", acrescentou o comunicado.

"Este relógio é, atualmente, uma peça-chave na investigação em curso que deve também trazer à luz o vendedor do relógio. O seu falso legado permitiu que os especuladores justificassem uma oferta altamente inflacionada feita através de intermediários, o que permitiu aos envolvidos recolher e distribuir os lucros gerados pela venda."

A empresa acrescentou que três ex-funcionários "admitiram os acontecimentos quando confrontados durante uma investigação interna da OMEGA, que continua a decorrer". "A OMEGA vai apresentar acusações criminais contra todos os envolvidos", garantiu a empresa.

Um porta-voz da Phillips disse à CNN que a leiloeira estava "muito preocupada por descobrir que, apesar do compromisso com elevados padrões, a Phillips e a OMEGA foram vítimas conjuntas de atividades criminosas organizadas envolvendo o lote 53, o OMEGA Speedmaster Ref. 2915-1, que foi vendido em leilão em novembro de 2021".

"O relógio foi comprado pela OMEGA para o Museu OMEGA e soubemos pela OMEGA que o relógio é composto por peças provenientes de várias fontes e que os ex-funcionários da OMEGA podem ter estado envolvidos na montagem do relógio. Aguardamos com expectativa o resultado do inquérito da OMEGA e iremos, naturalmente, cooperar plenamente com qualquer investigação ou processo judicial contra os autores por parte das autoridades", acrescentou a Phillips.

Questionada sobre a identidade do vendedor, a leiloeira garantiu que cooperaria com as autoridades "se e quando esta informação fosse solicitada".

Os relógios Speedmaster da OMEGA têm uma história ilustre: em 1969, o relógio de pulso cronógrafo tornou-se o primeiro a ser usado na lua - e foi imortalizado numa fotografia agora famosa de Buzz Aldrin.

Ryan Reynolds, George Clooney e Rory McIlroy também foram fotografados a usar exemplares Speedmaster.

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