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Nutricionistas procuram-se

8 ago 2007, 15:19
Casos de obesidade infantil têm vindo a aumentar

Existem apenas 52 profissionais nos 356 centros de saúde de Portugal

Um estudo divulgado esta quarta-feira pela Associação Portuguesa de Nutricionistas (APN) revela que existem apenas 52 nutricionistas nos 356 centros de saúde de Portugal continental, noticia a Lusa.

A região Norte é a mais favorecida com 38 profissionais em 101 centros de saúde.

Na região de Lisboa e Vale do Tejo, segundo o mesmo estudo, existem somente dois nutricionistas para os 86 centros de saúde.

«Ao analisarmos os dados por sub-região de saúde, a situação assume contornos preocupantes uma vez que existem estruturas de saúde sem profissionais ao serviço da população», denuncia a APN.

As sub-regiões, que segundo a APN não possuem nutricionistas, são Castelo Branco, Guarda e Leiria.

A associação explica que «50 por cento dos nutricionistas está no Grande Porto porque até há pouco tempo era o único local onde existia um curso superior de Nutrição (na Faculdade de Ciências de Nutrição da Universidade do Porto)e os profissionais iam-se fixando próximo do local onde se licenciaram».

Obesidade: a epidemia do século XXI


Numa altura em que a obesidade é considerada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) a epidemia do século XXI e que os casos de morte provocada por distúrbios alimentares estão a crescer, a Associação Portuguesa dos Nutricionistas alerta para a urgência do aumento do número de profissionais disponíveis nos cuidados de saúde primários.

Em declarações à Lusa, a presidente da APN, Alexandra Bento considerou «premente» a introdução de nutricionistas nos centros de saúde devido ao seu papel preponderante no combate à doença do século e na prevenção de novos casos.

«Nos hospitais, não há falhas, mas é nos cuidados primários que se deveria investir, apostando na prevenção», frisou a responsável, referindo que a própria Plataforma Contra a Obesidade tem «chamado a atenção» para o problema.

Segundo Alexandra Bento, também a Missão para a Promoção dos Cuidados de Saúde Primários reconhece que «a situação não é desejável e que são necessários mais nutricionistas para trabalhar em equipas multidisciplinares nos centros de saúde».

Contudo, e apesar dos coordenadores das sub-regiões de saúde reconhecerem que o número de especialistas é «manifestamente insuficiente, até nos centros de saúde do Porto», tudo indica que a situação se irá manter.

Apesar de não estar definido o rácio por habitantes, a responsável entende que «será necessário olhar para as zonas do país onde a situação é mais grave».

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